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Apple considera tirar da China entre 15% e 30% de sua cadeia de produção

A Apple está considerando realocar de 15% a 30% de sua capacidade de produção da China para algum lugar no sudeste da Ásia, de acordo com uma nova reportagem da Nikkei Asia Review. O movimento estaria sendo considerado uma “reestruturação fundamental” na cadeia de suprimentos da empresa. O relatório cita várias fontes anônimas com “conhecimento […]

TIm Cook, CEO da Apple, em apresentação na WWDC 2019. Foto: Getty Images

A Apple está considerando realocar de 15% a 30% de sua capacidade de produção da China para algum lugar no sudeste da Ásia, de acordo com uma nova reportagem da Nikkei Asia Review. O movimento estaria sendo considerado uma “reestruturação fundamental” na cadeia de suprimentos da empresa.

O relatório cita várias fontes anônimas com “conhecimento da situação”, embora não esteja claro se alguma dessas pessoas trabalha na Apple ou em empresas terceirizadas para a montagem de iPhones e iPads, como a Foxconn. Entramos em contato com a Apple, mas a empresa ainda não respondeu nosso pedido de comentários.

A busca da Apple por recursos de produção fora da China não deve ser uma surpresa para quem está prestando atenção à guerra comercial EUA-China. A briga não mostra sinais de estar perdendo força. Mas há uma observação que é particularmente curiosa na reportagem. Aparentemente, mesmo que a guerra comercial terminasse amanhã, a Apple ainda estaria procurando maneiras de realocar parte de sua produção para fora da China.

Do Nikkei Asia Review:

O pedido da gigante da tecnologia sediada na Califórnia foi desencadeado pelas prolongadas tensões comerciais entre Washington e Pequim, mas várias fontes dizem que, mesmo que a disputa seja resolvida, não haverá retorno. A Apple decidiu que os riscos de depender tanto da manufatura na China, como tem feito há décadas, são grandes demais e até crescentes, disseram várias pessoas ao Nikkei.

Isso é um desenvolvimento interessante, para dizer o mínimo. Mas não é apenas a Foxconn que pode perder negócios na China se não mudar algumas operações para um lugar como o Vietnã ou a Índia.

Mais uma vez, diz a reportagem:

As principais montadoras de iPhone, como Foxconn, Pegatron, Wistron, MacBook, a fabricante de iPads Compal Electronics e as fabricantes de AirPods Inventec, Luxshare-ICT e Goertek foram solicitadas a avaliar as opções fora da China, disseram várias fontes. Muitos outros fornecedores da Apple, como fabricantes de placas de circuito impresso e de revestimento, estão monitorando de perto para onde essas grandes montadoras transfeririam sua produção.

A Apple já transferiu alguma capacidade de produção de iPhone para a Índia através da empresa tercerizada Wistron, e até mesmo a Foxconn estabeleceu fábricas com foco na Apple fora da China. Pelo menos 90% da produção da Apple, no entanto, ainda é feita na China, e qualquer mudança para longe do país prejudicaria consideravelmente a economia local. Como observa a Nikkei Asia Review, estima-se que cerca de 5 milhões de empregos na China dependam da presença da Apple, embora a Apple empregue apenas cerca de 10 mil pessoas diretamente no país.

Não espere, porém, que os trabalhos da Foxconn se mudem para os EUA tão cedo. Apesar de receber US$ 4 bilhões em subsídios e investimentos em infraestrutura do estado de Wisconsin, as instalações da Foxconn na parte sudeste do estado são uma cidade fantasma onde os trabalhadores estão simplesmente tirando terra.

Não há cronograma para a possível mudança da Apple para fora da China – pelo menos não se sabe disso até agora. Mesmo assim, isso não impediu que os fornecedores tentassem adivinhar quando as grandes mudanças poderiam ocorrer.

“É realmente uma iniciativa de longo prazo, e pode haver alguns resultados daqui a dois ou três anos”, disse um fornecedor anônimo à Nikkei Asia Review.

“É doloroso e difícil, mas é algo com que temos de lidar.”

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