Em resposta à invasão russa na Ucrânia, a Apple fez coro às ações de governos de vários países ocidentais e anunciou a aplicação de sanções contra a Rússia.
Nesta terça-feira, 1º de março, a empresa da maçã interrompeu as exportações e também todas as vendas online de produtos em território russo. Isso significa que ninguém do país poderá comprar iPhones, iPads ou Macs. Bom, pelo menos, não de forma legal.
A versão russa do site da Apple ainda está online, mas, ao tentar fazer uma compra pela internet, os consumidores locais recebem a informação de que a entrega está “indisponível”.
Segundo o site MacRumors, a iniciativa foi tomada após a Apple receber uma requisição do vice-primeiro-ministro ucraniano, Mykhailo Fedorov, que pedia ao CEO da Apple, Tim Cook, para interromper a venda de produtos e serviços na Rússia.
“Apelo a você e tenho certeza de que não apenas ouvirá, mas também fará todo o possível para proteger a Ucrânia, a Europa e, finalmente, todo o mundo democrático de uma agressão autoritária sangrenta – para parar de fornecer serviços e produtos da Apple à Federação Russa”, dizia o pedido.
As medidas punitivas contra a Rússia incluem também a loja de aplicativos App Store. Entre elas, está a limitação do compartilhamento de dados da Ucrânia no Apple Maps para usuários baseados na Rússia. O objetivo é dificultar o uso desses dados de geolocalização em tempo real para potenciais ataques russos contra o país invadido.
Os principais bancos da Rússia também não poderão utilizar a loja de aplicativos da Apple. Além disso, os apps dos veículos russos RT News e Sputnik News não estão mais disponíveis para download na App Store fora da Rússia, garantindo que campanhas de desinformação sobre a guerra não sejam disseminadas pelo mundo.
Finalmente, Cook afirmou que está trabalhando para dar apoio e assistência a todos os funcionários da Apple que trabalham na Ucrânia. O CEO abriu, ainda, um canal para que os colaboradores da empresa possam doar para organizações humanitárias qualificadas, com a Apple igualando todas as doações a uma taxa de 2:1.
O site The Verge teve acesso a um e-mail interno de Cook anunciando aos colaboradores da Apple as medidas contra a Rússia. A correspondência pode ser lida na íntegra abaixo:
Quero um momento para abordar a crise em curso na Ucrânia.
Sei que falo por todos na Apple ao expressar nossa preocupação com todos os afetados pela violência. A cada nova imagem de famílias fugindo de suas casas e cidadãos corajosos lutando por suas vidas, vemos como é importante que as pessoas ao redor do mundo se unam para promover a causa da paz.
A Apple está doando para esforços de ajuda humanitária e fornecendo ajuda para a crise de refugiados que se desenrola. Também estamos trabalhando com parceiros para avaliar o que mais podemos fazer. Sei que muitos de vocês também estão ansiosos para encontrar maneiras de apoiar e queremos ajudar a ampliar o impacto de suas doações. A partir de hoje, a Apple igualará suas doações a uma taxa de 2:1 para organizações qualificadas, e faremos isso retroativo para doações a essas organizações desde 25 de fevereiro. Visite o Employee Giving Portal para saber mais.
Estamos trabalhando para apoiar nossas equipes na Ucrânia e em toda a região. Na Ucrânia, estamos em contato com todos os funcionários, ajudando-os e suas famílias da maneira que pudermos. Para os membros da nossa equipe ucraniana localizados fora do país que podem precisar de suporte, entre em contato com [e-mail suprimido pelo The Verge]. E para qualquer funcionário que precise de suporte, visite o site People para obter os recursos disponíveis.
Como empresa, também estamos tomando ações adicionais. Pausamos todas as vendas de produtos na Rússia. Na semana passada, paramos todas as exportações em nosso canal de vendas no país. O Apple Pay e outros serviços foram limitados. RT News e Sputnik News não estão mais disponíveis para download na App Store fora da Rússia. E desabilitamos os incidentes de trânsito e ao vivo no Apple Maps na Ucrânia como medida de segurança e precaução para os cidadãos ucranianos.
Continuaremos a avaliar a situação e estamos em comunicação com os governos relevantes sobre as ações que estamos tomando.
Este momento pede unidade, exige coragem e nos lembra que nunca devemos perder de vista a humanidade que todos compartilhamos. Nestes tempos difíceis, me conforta saber que estamos unidos em nosso compromisso uns com os outros, com nossos usuários e em ser uma força do bem no mundo.
Hemerson é editor e repórter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.
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