Apple e Samsung gastaram mais em 2012 com despesas judiciais do que com pesquisa e desenvolvimento
Já dissemos várias vezes: o sistema de patentes dos EUA está detonado. E uma reportagem de hoje no New York Times, condensando anos de tragédias e comédias sobre patentes relacionadas à tecnologia, apenas torna esse fato mais aparente. Mas o texto não se trata apenas de recapitular notícias antigas; o Times juntou alguns pontos que, na realidade, são um pouco desconcertantes sobre o futuro dessa área.
Primeiro, o Times diz que a Apple enviou e reenviou a sua patente da Siri oito vezes, o que além de ser algo que permite a empresas forçar uma patente, parece ser uma tática comum usada por elas para vencer no cansaço um escritório de patentes atulhado de trabalho, fazer com que ele diga “sim”.
O segundo é mais ou menos um fato: Apple e Samsung gastaram mais brigando na justiça e se estapeando por patentes do que com pesquisa e desenvolvimento no ano passado. E isso faz sentido. Afinal, a Apple gastou menos de US$ 3 bilhões em P&D ano passado (e está no caminho para gastar menos de US$ 4 bilhões nesse ano). Isso é bem menos do que praticamente toda outra grande empresa de tecnologia. E considerando que a Samsung afundou um monte de dinheiro nesse caso em que saiu perdedora, não surpreende que ela tenha tornado assuntos legais uma prioridade.
A próxima, um pouco mais chocante: o Times tem uma fonte anônima no Google que ofereceu insights de que a Apple na verdade gosta desse envolvimento perpétuo em suas batalhas por patentes:
“Mas a Apple tem sido durona, disse uma pessoa do Google que não foi autorizada a falar publicamente. ‘Às vezes eles pedem dinheiro. Então dizem que temos que prometer não copiar aspectos do iPhone. E sempre que chegamos perto de um acordo, muda tudo novamente.
Achamos que eles não querem chegar a um ponto final. Enquanto todos estiverem distraídos por esses processos, o iPhone continua vendendo.'”
É possível que o Google esteja dizendo isso apenas para criar o caos, mas também faz sentido que ela usasse ações judiciais efetivamente para manter outras empresas, que vendem bem menos unidades e geram menos lucro, enroscadas. Para o restante, assegure-se de ler a matéria no link ao lado. [NY Times]