Apple sinaliza possível falta de iPhones e peças devido ao coronavírus

A Apple emitiu avisos para sua equipe técnica de que peças de substituição de iPhones danificados podem ter atrasos nas próximas duas a quatro semanas.
Trabalhadores em uma loja da Apple em Pequim em 19 de fevereiro de 2020. Foto: Han Han Guan (AP)

À medida que o surto global do novo coronavírus, COVID-19, continua se espalhando pelo mundo, a Apple avisou a equipe de suporte técnico das lojas que pode haver uma falta de iPhones e peças de reposição, informou a Bloomberg na quarta-feira (4).

Os funcionários da Apple disseram à Bloomberg que a empresa emitiu avisos para os Geniuses (nome dado pela companhia aos funcionários da Apple Store que corrigem problemas de software e hardware em seus dispositivos) de que as unidades de substituição de telefones danificados demais para receber reparos podem ter atrasos nas próximas duas a quatro semanas.

Em vez disso, a Apple incentivou os funcionários a recomendar aos clientes que não podem receber imediatamente substituições para solicitarem a entrega pelos correios, além de oferecer dispositivos emprestados temporariamente. As peças para reparos nas lojas também parecem estar acabando, disseram fontes da Bloomberg.

A cadeia de suprimentos da Apple depende fortemente de fábricas na China, onde o vírus se originou e atingiu mais fortemente. A última atualização de 4 de março da Organização Mundial da Saúde identificou mais de 80.000 casos e pouco menos de 3.000 mortes na China.

Mais de meio bilhão de pessoas enfrentaram algum tipo de restrição ao seu movimento no país, variando de bloqueios totais a postos de controle, onde devem ser submetidos a verificações de temperatura.

Embora o governo chinês tenha tentado manter sua indústria de tecnologia em operação durante o surto, as fábricas estão enfrentando escassez de mão-de-obra e suprimentos que reduziram drasticamente a produção. Um efeito observável foi o rápido declínio da poluição do ar, com pesquisadores descobrindo que os níveis de poluição caíram de 10% a 30% em comparação com os anos anteriores.

Estima-se que mais de 80% dos casos de COVID-19 resultem em apenas pequenos sintomas, mas a rápida disseminação do vírus para outros países, incluindo Coréia do Sul, Irã, Itália e agora os EUA (com mais de 93.000 casos confirmados em todo o mundo) tem preocupado médicos especialistas de que muitos países estão se preparando tarde demais. Ainda não está claro se os EUA enfrentarão graves perturbações econômicas.

Outras empresas de tecnologia, como Facebook, Twitter e Google, que têm menos foco nas vendas de hardware e varejo, podem estar melhor posicionadas para enfrentar a tempestade, já que muitos de seus funcionários podem trabalhar de casa.

A Apple também está com poucos modelos iPad Pro nos EUA, Austrália e Europa, além de AirPods e Apple Watches, informou a Bloomberg separadamente. O Facebook também foi afetado pela escassez de headsets de realidade virtual Oculus Quest e a HP está com pouco estoque de alguns modelos de computadores desktop.

Dezenas de conferências do setor foram canceladas, incluindo Google I/O e Facebook F8. (O SXSW continuará como planejado, apesar de algumas desistências de alto nível, como o Twitter e o TikTok, por enquanto.)

A maioria das grandes empresas de tecnologia, enquanto isso, impôs algum tipo de restrição às viagens para regiões com surtos. O professor de sistemas de engenharia do MIT David Simchi-Levi e o CEO da Causality Link, Pierre Haren, escreveram recentemente na MIT Media Review que a cadeia global de suprimentos pode ser interrompida por “um aumento nos fechamentos temporários das instalações de montagem e fabricação em meados de março”, possivelmente com duração de meses.

Segundo a Bloomberg, há um ponto positivo para a Apple: 38 de suas 42 lojas na China estão abertas novamente após o fechamento devido ao surto. Com a economia chinesa experimentando uma grande contração, no entanto, não está claro o quão bem eles se sairão em termos de vendas por enquanto.

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