Ciência

Arqueólogos descobrem estrutura de antiga cidade zapoteca no México

Território de sítio arqueológico do século 15 no México foi descoberto usando tecnologia de sensoriamento remoto; saiba mais
Imagem: Reprodução/Wikimedia Commons

Um novo estudo com a tecnologia LiDAR (Light Detection and Ranging) revelou a magnitude de Guiengola, um sítio arqueológico do século 15 em Oaxaca, no México: 360 hectares! No local, habitavam os zapotecas, uma civilização indígena pré-colombiana que surgiu por volta de 700 a.C.

Primeiramente, a pesquisa descobriu que Guiengola (Pedra Grande, em zapoteca) era mais do que um posto militar, como era considerada . Cercado por muros, o local tem mais de 1.100 estruturas, incluindo templos, quadras, zonas residenciais para elites e plebeus e um sistema de estradas e fortalezas.

As estruturas também demonstraram ter um padrão, dividindo áreas para atividades religiosas ou de elite. A complexidade da organização sugere um alto nível de sofisticação política e autonomia acima do esperado. O estudo foi liderado pelo arqueólogo Pedro Guillermo Ramón Celis, da Universidade McGill, que declarou:

“Como a cidade tem apenas entre 500 e 600 anos, ela é incrivelmente bem preservada. Você pode caminhar pela selva e descobrir que as casas ainda estão de pé — você pode ver as portas, os corredores e as cercas que as separam das outras casas. É como uma cidade congelada no tempo antes de qualquer uma das profundas transformações culturais trazidas pela chegada dos espanhóis ter ocorrido.”

No final do século 15, Guiengola desempenhou um papel significativo nas guerras. Isso porque os zapotecas enfrentaram uma pressão do Império Asteca. Contudo, após seu último grande confronto entre 1497 e 1502 d.C., a cidade foi abandonada e seus habitantes migraram para Tehuantepec, onde ainda vivem seus descendentes.

A tecnologia no descobrimento do território zapoteca no México

A tecnologia LiDAR utilizou pulsos de laser para criar mapas topográficos 3D detalhados, fundamental para descobrir a extensão de Guiengola. Anteriormente, a floresta cobrindo grande parte do local e tornava as pesquisas arqueológicas impossíveis.

Mas Celis contou que, escaneando de um avião com equipamento de sensoriamento remoto, foi possível realizar a tarefa em apenas duas horas. “Até muito recentemente, não haveria como alguém descobrir a extensão total do local sem passar anos no chão caminhando e procurando”, explicou.

Agora, a equipe está pronta para continuar as atividades em campo e documentar as 1.170 estruturas identificadas pelo LiDAR com técnicas de sensoriamento remoto.

Por fim, leia também no Giz Brasil: “Arqueólogos encontram pirâmide de 5 mil anos escondida no Peru”

 

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas