Arqueólogos encontram ferramentas de 20 mil anos feitas de ossos de baleias

Baleias podem ter sido essenciais para a sobrevivência de grupos humanos perto do mar, revelou pesquisa espanhola
ferramentas ossos de baleia
Imagem: Reprodução/Alexandre Lefebvre

Arqueólogos encontraram ferramentas de ossos de baleias de 20 mil anos na Espanha, revelando que os humanos já utilizavam esse material desde aquela época. O estudo desvendou detalhes do uso dos restos animais, além de fornecer informações sobre os ecossistemas marinhos do período.

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Maiores animais da Terra, as baleias ofereciam às comunidades costeiras recursos como alimento, óleo e ossos, por exemplo. Portanto, elas podem ter sido essenciais para que grupos humanos sobrevivessem perto do mar.

A pesquisa, publicada na Nature Communications, examinou 83 ferramentas ósseas em sítios arqueológicos próximos ao Golfo da Biscaia, junto com 90 fragmentos ósseos da Caverna de Santa Catalina, na região. Os cientistas usaram espectrometria de massa e datação por radiocarbono para determinar a espécie e a idade dos ossos.

“Nosso estudo revela que os ossos vieram de pelo menos cinco espécies de baleias grandes, sendo que a mais antiga data de aproximadamente 19 mil a 20 mil anos atrás. Estes representam algumas das primeiras evidências conhecidas de humanos usando restos de baleia como ferramentas”, declarou Jean-Marc Pétillon, autor sênior da pesquisa.

No entanto, a fragilidade dos sítios arqueológicos costeiros, frequentemente perdidos devido à elevação do nível do mar, prejudica a preservação de evidências antigas. Sendo assim, dificulta a compreensão da história dessas interações entre espécies.

Dados químicos dos ossos sugerem que os hábitos alimentares das baleias ancestrais diferiam ligeiramente dos dos animais modernos. Isso indica potenciais mudanças no comportamento ou no ambiente marinho. Dessa forma, a descoberta desvenda o papel que as baleias desempenharam em ecossistemas passados.

De acordo com Krista McGrath, autora principal, “o ZoomS é uma técnica poderosa para investigar a diversidade de mamíferos marinhos do passado”. “Particularmente quando elementos morfométricos diagnósticos estão ausentes em restos ósseos e objetos, o que é frequentemente o caso de artefatos ósseos”, afirmou.

“Conseguimos identificar espécies como cachalotes, baleias-comuns e baleias-azuis, todas ainda presentes no Golfo da Biscaia, bem como baleias-cinzentas, uma espécie atualmente restrita principalmente aos oceanos Pacífico Norte e Ártico”, completou McGrath.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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