Arqueólogos encontram tábua com idioma nunca antes visto

As línguas do leste europeu, como o georgiano, já são muito difíceis de aprender, mas uma tábua encontrada na Geórgia revelou um idioma desconhecido que se tornou um enigma para arqueólogos.

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A propósito, o enigma continua sem solução para os arqueólogos e pesquisadores da Geórgia de diversos departamentos acadêmicos da Universidade de Tbilissi. E isso aconteceu porque, em 2021, pescadores encontraram uma tábua de pedra no lago Bashplemi com uma misteriosa inscrição.

Aliás, o lago fica em Dmanisi, uma cidade que é, ao mesmo tempo, um sítio arqueológico. Devido à importância do local, arqueólogos analisaram o artefato por três anos.

Em um estudo publicado no final de novembro, os arqueólogos revelam que o idioma desconhecido da tábua pode revolucionar o estudo da escrita da língua caucasiana.

Em homenagem ao lago, os arqueólogos batizaram a tábua de “inscrição de Bashplemi”, que data do final da Idade de Bronze.

Composição da tábua indica que a inscrição era importante, segundo arqueólogos

A tábua conta com 39 caracteres em sete linhas horizontais, totalizando 60 sinais de um idioma nunca antes visto.

Segundo o estudo, os símbolos parecem incluir números e sinais de pontuação, carregando semelhanças com sistemas de escrita do Oriente Médio, Índia e Egito.

Contudo, a inscrição na tábua não corresponde a nenhum sistema de linguagem escrita antigo. Além disso, por ser de basalto, um material pesado, quem construiu a tábua possuía habilidades artesanais avançadas.

“O escriba usou uma ferramenta pesada em forma de cone para perfurar os primeiros entalhes, que se conectaram posteriormente por uma ferramenta mais suave”.

Apesar de não identificar o idioma — e, portanto, a mensagem — os arqueólogos sugerem que a tábua era muito importante pela escolha do material e o esforço para sua criação.

Além disso, há incertezas sobre a idade exata da tábua, mas as formas gráficas da inscrição e os artefatos associados indicam uma origem do final da Idade do Bronze ou início da Idade do Ferro.

“A datação torna a tábua como a inscrição mais antiga da Geórgia, mil anos antes dos primeiros manuscritos georgianos, que já tinham idioma e datam do século 4, ou seja: após o Cristianismo se espalhar”, conclui o estudo.