Arte japonesa de recortar papel inspira a pesquisa do condutor maleável
Os celulares G Flex da LG são conhecidos por terem uma certa maleabilidade quando recebem um pouco de pressão, mas no futuro nossos celulares poderão se enrolar tal qual um pedaço de papel. E os as respostas para construir o celular flexível podem estar na arte japonesa de recortar papel, de acordo com pesquisadores da Universidade de Michigan.
Os condutores são materiais vitais em eletrônicos. Eles são usados para tudo, desde cabeamento a eletrodos, eles também são notoriamente difíceis de manipular sem que haja uma considerável queda de performance ou quebra por completo da peça. Sem condutores maleáveis, eletrônicos flexíveis não passam de um sonho.
Entretanto, pesquisadores da Universidade de Michigan perceberam que se cortes e dobras fossem feitos antes de montar os condutores, eles não se quebrariam em locais inesperados, deixando o dispositivo inutilizado. Então, em vez de projetar um condutor que pode se esticar como elástico, os pesquisadores se inspiraram na tradicional arte japonesa de recortar papel, conhecida por Kirigami. Usando uma série de cortes estrategicamente posicionados, um material rígido como um condutor se torna subitamente flexível, podendo até mesmo se dobrar ou se enrolar, sem o risco de se quebrar com o tempo.
O problema com estes cortes, entretanto, é uma redução na condutividade do material, mas isso não significa que ela diminuirá ainda mais com o tempo, o que é muito mais importante quando se esta projetando eletrônicos. Não é possível planejar com falhas imprevistas, mas é certamente possível trabalhar com limitações conhecidas.
O primeiro protótipo do condutor maleável foi feito usando um papel fino coberto nanotubos que foi cortado em um formato parecido com o de um ralador. Ele foi usado para acender um tubo de vidro, transformando gás em plasma e potencialmente poderá ser usado em monitores flat-screen flexíveis e maleáveis.
Mas para criar condutores maleáveis pequenos o suficiente para caber em um smartphone fino, os pesquisadores precisaram diminuir os Kirigami que criaram. Usando software de simulação, eles puderam determinar o tamanho ideal, o formato e o padrão de cortes no material para maximizar tanto a maleabilidade quanto a condutividade do produto. Camadas de óxido de grafeno foram empilhadas para produzir uma espécie de papel condutor microscópico que foi cortado com lasers. O material resultante ficou tão maleável quanto o software de simulação havia previsto, sem a perda de condutividade quando ele era manipulado.
Grandes companhias já mostraram interesse nessas tecnologias acrobáticas, mas, infelizmente, ainda são necessárias muitas pesquisas antes de podermos dobrar nossos celulares como um lenço para guardá-los em nossos bolsos. Mas a nova pesquisa não deixa de ser um grande passo a caminho do dia em que não você não precisará mais se preocupar por ter sentado em cima do seu celular.