As chaves estão morrendo

É tradicional: ao sair de casa, eu sempre verifico três bolsos. Carteira, celular, chaves. Mas existe um movimento tecnológico sutil, que você talvez já tenha notado, talvez não, que muito provavelmente vai culminar na morte daquele terceiro item. As chaves, enquanto mecanismo padrão para abertura de portas e trancas, podem estar morrendo. O New York […]

É tradicional: ao sair de casa, eu sempre verifico três bolsos. Carteira, celular, chaves. Mas existe um movimento tecnológico sutil, que você talvez já tenha notado, talvez não, que muito provavelmente vai culminar na morte daquele terceiro item. As chaves, enquanto mecanismo padrão para abertura de portas e trancas, podem estar morrendo.

O New York Times explora essa tendência em um artigo publicado hoje, no qual o autor dá diversos exemplos: hoje já existem sistemas que permitem que você destranque a porta da sua casa ou do seu carro usando um aplicativo no seu smartphone. Tudo pela internet – o aplicativo envia o sinal pela internet, e o sistema da sua casa recebe o sinal e destranca a porta. O mesmo tipo de sistema ainda pode ser usado para controlar à distância outros aspectos da sua casa, como aquecimento e luzes, ou ainda dar partida ou ligar o ar condicionado do carro à distância. E as pessoas estão mesmo instalando coisas assim, pela praticidade:

“Joey Mucha, 24, instalou um sistema Lockitron no seu apartamento em San Francisco no ano passado. O sistema custou US$ 300, mais US$ 40 para substituir a tranca e a maçaneta da sua porta.

[Ele] diz que o custo valeu a pena, já que ele participa de um serviço online, o Airbnb, que o ajuda a alugar o seu apartamento de um quarto quando ele não está em casa. Ele se livrou da inconveniência de fazer cópias físicas das suas chaves e de entregá-las aos hóspedes, e também do risco de ter as suas chaves copiadas.

Em vez disso, ele simplesmente configura senhas temporárias para entrada no seu apartamento. Em um caso, ele destrancou a sua porta para um hóspede enquanto estava a centenas de quilômetros de distância, em um campo de golfe no Arizona.”

Para quem viaja um bocado e fica em hoteis, a ideia da ausência de chaves ou mesmo cartões parece fazer sentido. Eu mesmo, aqui pela Europa, tenho visto a tendência nos albergues onde me hospedo. Em um deles, os hóspedes recebem uma pulseira com um sensor magnético. Para entrar no hostel, basta aproximar a pulseira de um sensor perto da porta. Para entrar no quarto ou destrancar (e trancar de novo) o seu locker? Mesma coisa.

E em breve essa praticidade também chegará aos celulares, com a tecnologia NFC – Near Field Communication. Com ela, uma conexão com a internet não será mais necessária para destrancar as coisas que hoje você destranca com uma chave. Bastará aproximar o celular do objeto a ser destrancado, exatamente como no exemplo da pulseira magnética. Apesar hoje estar presente em poucos modelos, dentre os quis o mais famoso é o Google Nexus S, a tecnologia NFC será a próxima grande sigla que você vai prestar atenção quando for comprar um celular – alguns rumores dizem que o próximo iPhone já adotará a tecnologia.

É claro que todas essa evolução tecnológica ainda esbarra em alguns problemas, como celulares sem bateria ou problemas de rede na hora de destravar alguma coisa, e talvez por isso as chaves não morram completamente. Mas dada a situação atual, este pequeno objeto de metal que você muito provavelmente tem no bolso ou na mesa agora, e sobre o qual nunca pensa a respeito, em alguns anos poderá ser uma daquelas coisas sobre as quais o seu filho ou neto vai perguntar, intrigado, “o que é isso?”. [New York Times]

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