Os astronautas vão encher o espaço sideral com todo tipo de fungos esquisitos

Os humanos vão deixar o espaço sideral mais sujo. A NASA coloca muito esforço em manter o espaço limpo. O Office of Planetary Protection, por exemplo, existe para proteger a Terra de potencial vida de outros planetas, mas eles também têm que proteger os outros planetas de nós. Então, é importante saber exatamente como impactamos […]

Os humanos vão deixar o espaço sideral mais sujo. A NASA coloca muito esforço em manter o espaço limpo. O Office of Planetary Protection, por exemplo, existe para proteger a Terra de potencial vida de outros planetas, mas eles também têm que proteger os outros planetas de nós. Então, é importante saber exatamente como impactamos os ambientes que invadimos.

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Uma equipe de pesquisadores da NASA está tentando recriar o meio ambiente na estação espacial para ver exatamente como os humanos impactam quais microrganismos colonizam habitats espaciais. Em sua pesquisa mais recente, eles mediram como alguns tipos de fungos mudaram à medida que os seres humanos viviam em um habitat inflável. Apesar de serem apenas quatro habitantes humanos, ficou claro que a mera presença de pessoas mudou os tipos de espécies que se instalaram. Isso será especialmente importante para saber quando as pessoas realmente viverem nesses habitats no espaço.

“Carregamos mais micróbios do que células humanas”, afirmou o autor do estudo Dr. Kasthuri Venkateswaran, do Grupo de Proteção Planetária no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, ao Gizmodo. “Precisamos nos preocupar com o que está sendo transportado para outros lugares.”

Os quatro “astronautas” se acomodaram em um habitat de 12 por 10 por 2,5 metros, contendo cozinha, laboratório, banheiro e quarto. As missões lá dentro duram até 30 dias, durante as quais as únicas coisas trazidas do mundo exterior foram os seres humanos e ar filtrado. Foram coletadas amostras de fungos em cada um dos quartos em quatro momentos separados durante uma missão de 30 dias e quatro pessoas: nos dias 0, 13, 20 e 30.

Os resultados das amostras tiveram nuances: existiam menos fungos em geral ao fim da missão, mas houve um aumento de certos tipos, especialmente dos gêneros Epiccocum, Alternaria, Pleosporales, Davidiella e Cryptococcus. Os pesquisadores publicaram seus resultados nesta segunda-feira, no periódico Microbiome.

Esse estudo apenas rastreia mudanças causadas por quatro pessoas diferentes, então certamente é uma amostragem pequena. Mas os resultados validam o trabalho anterior dos pesquisadores. Eles fizeram estudos similares sobre diversidade bacteriana, e ficou claro que o ambiente bacterial desses habitats fechados fica com o gosto das pequenas espécies que os humanos trazem consigo. E os pesquisadores vão fazer estudos posteriores em outros habitats por períodos mais longos, disse Venkateswaran.

Mas essas descobertas iniciais são importantes, disse ele. Os cientistas precisam entender as mudanças no ambiente microbiano para garantir que ele seja seguro para o sistema imunológico dos astronautas. Eles certamente nunca viverão em ambientes estéreis, e a NASA está preocupada com o fato de os micróbios se tornarem mais patogênicos no espaço. Neste caso, Alternaria pode potencialmente ser prejudicial aos humanos. Venkateswaran disse ao Gizmodo: “Precisamos desenvolver estratégias para medir os fungos patogênicos e problemáticos”.

[Microbiome]

Imagem do topo: Blachowicz et al, Microbiome (2017)

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