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Astrônomos descobrem nova classe de exoplanetas que podem ser habitáveis

Eles são grandes, quentes, têm atmosferas cheias de hidrogênio e um oceano.

Imagem: Amanda Smith, Universidade de Cambridge

As buscas por planetas habitáveis são constantes entre os cientistas. Até agora, acreditava-se que os extraterrestres, caso existam, habitariam planetas rochosos como o nosso. No entanto, uma nova pesquisa mostrou o contrário.

Segundo o artigo, publicado na revista científica The Astrophysical Journal, uma classe de planetas chamada “Hycean” também poderia abrigar vida. Este tipo de planeta não existe em nosso sistema solar, mas é bastante abundante na galáxia. O que se sabe é que eles são grandes, muito quentes, têm atmosferas cheias de hidrogênio e estão cobertos por um enorme oceano.

A equipe liderada por Nikku Madhusudhan, do Instituto de Astronomia de Cambridge, sugeriu um conjunto de bioassinaturas que os astrônomos deveriam procurar ao estudar esses lugares, junto com uma lista de candidatos promissores.

Em uma entrevista ao Gizmodo, Madhusudhan disse que a nomenclatura é uma junção das palavras hidrogênio e oceano. O astrônomo teve a ideia enquanto estudava um mini-Netuno potencialmente habitável conhecido como K2-18b. Intrigado com as condições vistas neste exoplaneta, ele e seus colegas embarcaram em uma investigação mais completa para explorar o potencial de planetas do mesmo tipo.

A classe pode ter até 2,6 vezes o tamanho da Terra e temperaturas atmosféricas de 200 graus Celsius. Quando questionado sobre quais características os Hycean são passíveis de habitabilidade, o especialista explicou: “a superfície seria coberta por oceano, a presença de pressão atmosférica semelhante à da Terra, temperaturas na superfície do oceano e o hidrogênio- rica atmosfera, fornecem as condições necessárias e proteção contra radiação prejudicial”.

O novo artigo será de interesse dos astrobiólogos. Os Hycean são muito comuns na Via Láctea, o que significa que os exoplanetas habitáveis ​​podem ser muito mais numerosos do que se pensava. Os pesquisadores também forneceram uma lista de bioassinaturas que os cientistas deveriam procurar ao observar esses exoplanetas, incluindo oxigênio, ozônio, metano e óxido nitroso, e também gases incomuns, como cloreto de metila e sulfeto de dimetila, que poderiam sinalizar vida.

A equipe identificou 11 Hycean candidatos orbitando estrelas próximas – todas anãs vermelhas. O mais promissor deles é o K2-18b, “para o qual já temos observações planejadas com o Telescópio Espacial James Webb”, conta Madhusudhan.

O legal da hipótese proposta neste artigo é que ela é testável. Se as varreduras espectroscópicas dos mundos Hycean não produzirem nenhum traço das bioassinaturas propostas, é provavelmente um sinal de que esses exoplanetas estão mortos, em mundos inóspitos. Mas se essas bioassinaturas aparecessem em nossas observações, seria uma história completamente diferente e um resultado tentador.

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