
Astrônomos descobrem que o planeta Júpiter encolheu
Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, ainda é um gigante, mas um novo estudo revelou que o planeta encolheu desde sua formação.
Na quarta-feira (20), cientistas da Caltech e da Universidade de Michigan, nos EUA, publicaram um estudo revelando que o planeta era quase 2,5 vezes maior quando se formou.
De acordo com o estudo, Júpiter equivalia a mais de dois mil planetas Terra. Hoje, o gigante do Sistema Solar é 1.321 vezes maior que a Terra.
Além disso, 3,8 milhões de anos após a formação dos primeiros materiais sólidos do Sistema Solar, o campo magnético de Júpiter era 50 vezes mais potente do que é hoje.
Mas os cientistas descobriram que Júpiter encolheu justamente por analisar as órbitas das luas mais próximas ao planeta, que revelaram seu imenso tamanho há milhões de anos.
As luas Amalteia e Tebe, respectivamente a terceira e quarta lua mais próxima a Júpiter – e bem menores que as gigantes Io e Europa – foram o foco das análises dos cientistas.
Ambas as luas apresentam inclinações orbitais sutis que revelaram o tamanho original de Júpiter e a intensidade de seu campo magnético.
Estudos anteriores já revelaram que essas inclinações podem ser objetos de análise para compreender a história orbital dessas pequenas luas.
A abordagem, aliás, é considerada por descobrir informações incertas nos modelos de formação planetária, como dados envolvendo a transparência de gases.
Como Júpiter encolheu?
No entanto, para descobrir que Júpiter encolheu, os cientistas analisaram aspectos diretamente mensuráveis, como dinâmicas orbitais e conservação de impulso angular.
Essa abordagem permitiu uma reconstrução mais precisa do estado original de Júpiter, que ocorreu devido à rápida acreção de gases, fase em que Júpiter capturou enormes quantidades de hidrogênio e hélio de sua nebulosa protoplanetária.
O processo criou o enorme gigante gasoso, mas, conforme o tempo, o gás se dissipou e Júpiter encolheu enquanto se esfriava. E isso aconteceu pela própria gravidade do planeta e pela perda de temperatura interna.
Além disso, essa contração continua até hoje, porém lenta. O raio de Júpiter continua a encolher conforme o calor irradia no espaço e o denso núcleo do planeta se comprime sob a gravidade.
Contudo, não foi somente Júpiter que encolheu: Saturno e outros gigantes gasosos passaram por evoluções térmicas similares. Mas o caso de Júpiter é único pela enorme massa do planeta em seu estágio inicial.