
Astrônomos encontram um possível “irmão” de Plutão
Foi descoberto no sistema solar externo o que pode ser o primeiro novo planeta anão — e maior encontrado — em mais de uma década, o chamdo 2017 OF201. O “objeto”, como ainda é chamado pelos cientistas, estava escondido em dados públicos há muito anos. E sua descoberta exigiu meses de trabalho computacional.
Com aproximadamente 700 quilômetros de largura, o 2017 OF201 segue uma órbita extremamente elíptica ao redor do Sol, levando cerca de 25 mil anos para completá-la. Atualmente, existem apenas cinco planetas anões oficialmente reconhecidos no sistema solar, como Plutão.
Como aconteceu a descoberta do novo planeta anão?
A descoberta teve a ajuda da Dark Energy Camera Legacy Survey, uma câmera que analisou dados coletados por muitos anos, e foi divulgada em maio. A equipe de astrônomos conduziu o levantamento com este aparato que busca os efeitos das lentes gravitacionais em galáxias distantes.
Mas os dados também são adequados para a busca de objetos distantes no sistema solar, segundo o cientista Sihao Cheng, líder da pesquisa. Encontrar os rastros elusivos de um ponto de luz tênue em meio a anos de imagens de estrelas “requer um algoritmo muito bom, muita computação e muito tempo”, disse Cheng.
Após o novo objeto aparecer entre os dados, a equipe calculou sua órbita. E depois determinou que ele também deveria aparecer em dados públicos do telescópio Canadá França Havaí. Nele, encontraram outras nove imagens mostrando o objeto nas posições previstas, aumentando as observações para 19, entre 2011 e 2017.
“Esses conjuntos de dados são um pouco difíceis de pesquisar, então somos os primeiros a fazer isso”, disse Cheng.
As datas de observação muito separadas dificultaram a busca, como explicou o astrônomo ao site Sky and Telescope. Isso porque, enquanto uma busca direcionada por asteroides teria intervalos de horas ou dias, essas imagens costumavam ser separadas por meses ou anos. Por isso, continham muitos pontos de luz de objetos não relacionados, como asteroides.
Além disso, o objeto também é visível apenas em uma fração de sua órbita, pois sua trajetória ao redor do Sol o torna fino demais.
“O fato de termos observado este único objeto implica que pode haver cem vezes mais objetos como este na borda do nosso sistema solar”, diz Eritas Yang, membro da equipe e estudante de pós-graduação da Universidade de Princeton.
Posteriormente, a equipe espera realizar mais observações para compreender os detalhes da órbita, tamanho e composição do planeta anão, possivelmente com telescópios da NASA. Novas observações podem até mesmo revelar uma lua, comum entre objetos do Sistema Solar externo.