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Aviões da Boeing que ficaram sem voar podem ter corrosão no motor, alerta órgão dos EUA

Mesmo que você não tivesse medo de entrar em um avião antes, a pandemia de COVID-19 nos deu uma série de novas razões para ficarmos estressados com viagens aéreas. E mesmo que você não se sinta desconfortável com a ideia de ficar preso em um tubo de metal cheio de germes no céu por horas […]

Logo da Boeing na fachada de um prédio.

Foto: Olivier Douliery/Getty Images

Mesmo que você não tivesse medo de entrar em um avião antes, a pandemia de COVID-19 nos deu uma série de novas razões para ficarmos estressados com viagens aéreas. E mesmo que você não se sinta desconfortável com a ideia de ficar preso em um tubo de metal cheio de germes no céu por horas a fio, existe a chance de estar sentado ao lado de alguém que tira a máscara obrigatória ou atrás de alguém que reclina o assento e destrói a tela do seu notebook. E, claro, sempre há a chance de seu avião cair. Agora, a Boeing deu mais uma nova razão para ficar com medo: motores com corrosão.

É o que diz a Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA — órgão responsável por fiscalizar o setor aéreo, com atribuições parecidas com as da Anac no Brasil. A FAA ordenou uma rodada de inspeções de emergência em cerca de 2.000 aviões Boeing 737 “Next Generation” e “Classic” — felizmente, o modelo Max, que já passou por um monte de escândalos, ficou de fora da lista.

Como relata a Bloomberg, os motores desses modelos específicos correm o risco de apresentar corrosão — e falhar no meio do voo — depois de terem ficado guardados por meses por causa dos voos cancelados em meio à pandemia.

De acordo com a FAA, o problema veio à tona depois de quatro relatos separados dizerem que uma válvula em específico no motor apresentava corrosão após meses de uso incorreto. Ela também ficava presa na posição “aberta” durante o voo. Se isso acontecer, segundo o relatório, pode resultar “em um estol irrecuperável do compressor e na incapacidade de reiniciar o motor”.

Em outras palavras, quando essas válvulas estão presas (ou enferrujadas), o motor do 737 perde potência mais rapidamente do que deveria e fica “sem a capacidade de reiniciar”, de acordo com o relatório. Se isso acontecer, o avião poderá ser forçado a um “pouso fora do aeroporto”, o que significa, bem, isso mesmo que você está pensando.

De acordo com o aviso, as companhias aéreas (ou qualquer empresa que possua estas séries específicas da linha 737) devem inspecionar os motores se uma aeronave não estiver em funcionamento há “7 ou mais dias consecutivos”.

Como há tantos aviões voando como antes (mas há mais no ar do que você imagina), provavelmente serão necessárias muitas inspeções nas próximas semanas. Como apontou a Bloomberg, mais de 3.000 aviões comerciais — cerca de metade da frota atualmente ativa nos EUA — ficaram totalmente guardados desde maio deste ano.

Ainda assim, mesmo que todos esses aviões sejam aprovados com louvor, dá para dizer que todos devemos ter um pouco mais de cautela com as viagens aéreas neste mundo infernal cheio de coronavírus.

Procurada pela reportagem, a Gol enviou o seguinte comunicado: “A GOL está ciente da diretriz definida pelo FAA (Federal Aviation Administration), tendo inspecionado preventivamente a sua frota. A Companhia está de acordo com os requerimentos da entidade americana.”

A Azul disse ter duas aeronaves Boeing 737-400F, que são os aviões cargueiros da companhia. Por transportarem cargas, não foram preservados (isto é, não deixaram de voar) em nenhum momento e, por isso, estão liberados para voo.

A Latam não possui aeronaves dos modelos incluídos no alerta da FAA em sua frota.

Atualizado às 11h30 do dia 26/7 com o posicionamento da Gol.

Atualizado às 11h51 do dia 27/7 com os posicionamentos da Azul e da Latam.

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