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Prazo para decidir se domínio .amazon fica com a empresa ou com países sul-americanos está acabando

Em 2012, a ICANN (Corporação da Internet para Nomes e Números), responsável pela atribuição de domínios de internet como .com, .org e outros, anunciou que iria expandir o número de domínios. Isso fez com que surgissem domínios .mango ou .luxury, por exemplo. Um desses domínios, no entanto, tem sido tema de uma briga de 7 […]

Um membro de uma tribo indígena tira uma foto de outro membro no celular após um protesto por direitos territoriais indígenas em 11 de novembro de 2015, em Angra dos Reis.

Getty

Em 2012, a ICANN (Corporação da Internet para Nomes e Números), responsável pela atribuição de domínios de internet como .com, .org e outros, anunciou que iria expandir o número de domínios.

Isso fez com que surgissem domínios .mango ou .luxury, por exemplo. Um desses domínios, no entanto, tem sido tema de uma briga de 7 anos.

A Amazon quer o controle total sobre os endereços com o domínio .amazon, mas oito países da América do Sul querem ter participação. Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela brigam pelo domínio pelo fato de estarem próximos ao rio Amazonas e por serem membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).

De acordo com uma reportagem da BBC, diplomatas dos países não querem controle total do domínio, mas gostariam de controlar nomes específicos como turismo.amazon, e dar opções como livros.amazon e kindle.amazon para a empresa de tecnologia. O prazo para encontrar uma resolução para o impasse está acabando.

A Amazon propôs uma solução diferente. A gigante da tecnologia gostaria de controlar todos os domínios .amazon possíveis e dar a cada um dos oito países extensões específicas. O Brasil teria o domínio .br.amazon, por exemplo, semelhante à forma como o governo controla o domínio .gov.br. A OTCA diz que, desse jeito, não tem conversa.

A ICANN originalmente aprovou o pedido da Amazon para controlar todos os domínios .amazon, antes de ser forçada a voltar atrás, após protestos da OTCA em 2012.

À medida que a briga se arrasta e as coisas ficam cada vez mais difíceis, as autoridades da ICANN estão exaustas tentando mediar a disputa. Um painel de juízes chamado Processo de Revisão Independente (IRP), decidiu em favor da empresa de tecnologia em julho de 2017, mas a OTCA se opôs e nenhum dos lados se moveu desde então.

Reuniões foram marcadas, mas a OTCA sempre cancelava no último minuto, deixando a Amazon frustrada por não conseguir avançar no uso do endereço. Embora o painel de juízes devesse ter colocado um ponto final na história, a ICANN é um órgão independente que provavelmente não está a fim de comprar brigas com governos.

A Amazon ainda tentou oferecer ao Peru e ao Brasil cerca de US$ 5 milhões em serviços de hospedagem gratuitos e Kindles grátis com conteúdo, mas a OTCA recusou a oferta. A Amazon não respondeu a um pedido de comentário de Gizmodo feito nesta manhã.

No dia 10 de março, a ICANN havia estabelecido que a disputa teria que estar resolvida até 7 de abril, o que parece muito improvável.

De acordo com o ICANN, se não houver acordo em 7 de abril, a Amazon deve apresentar uma proposta de como resolver o impasse com os países envolvidos até 21 de abril. Após o recebimento dessa proposta, ela será analisada e, se não tiver problemas, o domínio passa para a Amazon. Se não for aceita a proposta pela Amazon, a diretoria do ICANN vai estender ainda mais o prazo para resolver a questão.

[BBC e ICANN]

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