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Dona do TikTok quer separar app de seus produtos chineses para evitar suspeitas de espionagem

A chinesa ByteDance, dona do TikTok, passou a separar grande parte das operações do aplicativo do resto de seus negócios. A medida é uma tentativa de convencer o governo dos EUA que os dados dos usuários estão protegidos dos olhares indiscretos de espiões chineses. As informações foram publicadas pela Reuters na quarta-feira (28). A ByteDance […]

Logotipo do TikTok

Imagem: Lionel Bonaventure/AFP/Getty Images

A chinesa ByteDance, dona do TikTok, passou a separar grande parte das operações do aplicativo do resto de seus negócios. A medida é uma tentativa de convencer o governo dos EUA que os dados dos usuários estão protegidos dos olhares indiscretos de espiões chineses. As informações foram publicadas pela Reuters na quarta-feira (28).

A ByteDance adquiriu o aplicativo Musical.ly de uma empresa americana em 2017 por um bilhão de dólares, ajudando o TikTok a ganhar rapidamente centenas de milhões de usuários.

Segundo a Reuters, a empresa espera tranquilizar o Comitê de Investimentos Estrangeiros nos Estados Unidos (CFIUS, na sigla em inglês) de que os dados de usuários estão a salvo do governo chinês. A companhia quer evitar o destino da Beijing Kunlun Tech Co Ltd — ela foi obrigada pelo comitê a retirar seus investimentos no aplicativo de encontros voltado para o público gay Grindr, em maio de 2019.

Os dados de usuários adquiridos pelo TikTok incluem nomes, idades, endereços de e-mail, números de telefone, dados de localização, credenciais da conta (potencialmente incluindo senhas utilizadas em outros serviços) e, claro, qualquer conteúdo enviado ao aplicativo. O medo é que, devido à falta de proteção de privacidade na China, tudo o que os serviços de segurança do país precisariam fazer é pedir para obter imediatamente acesso a todas essas informações. Coisa parecida aconteceu com a Huawei ao longo dos últimos anos.

De acordo com a Reuters, uma fonte disse que as medidas adotadas pela ByteDance incluem a separação das equipes de “desenvolvimento de produtos e negócios, marketing e jurídico da TikTok das equipes de seu aplicativo de mídia social chinês Douyin”. A medida teria sido tomada no início deste ano. A empresa também contratou um consultor independente para auditar como ela lida com dados pessoais. A companhia também reiterou que armazena todos os dados de usuários dos EUA nos Estados Unidos e que o conteúdo do TikTok está fora da jurisdição das autoridades chinesas.

Além disso, está contratando mais engenheiros dos EUA para trabalhar no TikTok e criando uma equipe de supervisão de gerenciamento de dados em Mountain View, Califórnia, segundo fontes ouvidas pela Reuters.

Relatos dizem que o ByteDance é alvo de uma investigação de segurança nacional do CFIUS, focada na aquisição do Musical.ly. Essa história começou a ser falada no início de novembro. O Exército dos EUA, que lançou uma campanha de recrutamento por meio do aplicativo, também fez sua própria avaliação de segurança, com o objetivo de determinar se os riscos do uso do aplicativo superavam os ganhos.

Segundo a Reuters, a ByteDance vê a sondagem do CFIUS como informal, e fontes disseram que o comitê não levantou nenhuma dúvida sobre censura no aplicativo. Uma usuária afirmou recentemente que sua conta foi suspensa depois que ela fez um post criticando o tratamento do governo chinês aos muçulmanos uigures — especificamente, mencionando as alegações de que centenas de milhares de pessoas dessa etnia foram ou estão sendo levadas para campos de concentração em Xinjiang. A ByteDance, porém, diz que isso ocorreu por causa de um post anterior da mesma conta com uma foto de Osama bin Laden, que ativou filtros automáticos de terrorismo.

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