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Conheça a câmera de 9 gigapixels que captura imagens do espaço

Para produzir imagens alucinantes da galáxia como esta, não dá para depender de um smartphone ou de uma câmera comum. Gerar imagens de 9 gigapixels (!) requer a união sinistra de um dos maiores telescópios do mundo com a maior câmera infravermelho do mundo. Não é pouca coisa. Localizado a 2.518 metros de altitude está […]

Para produzir imagens alucinantes da galáxia como esta, não dá para depender de um smartphone ou de uma câmera comum. Gerar imagens de 9 gigapixels (!) requer a união sinistra de um dos maiores telescópios do mundo com a maior câmera infravermelho do mundo. Não é pouca coisa.

Localizado a 2.518 metros de altitude está o VISTA (Telescópio de Luz Visível e Infravermelho para Astronomia). Ele fica no Observatório Paranal, no Chile, operado pelo Observatório Europeu do Sul (ESO).

O VISTA carrega um sistema de busca sem precedentes no hemisfério sul, especificamente na escala próxima ao infravermelho. Ele está um nível acima do Very Large Telescope (VLT), que analisa o espectro visível da luz.

O VISTA consiste em um par de espelhos que refletem a luz para uma enorme câmera infravermelho. O espelho principal mede 4,1 metros de diâmetro e é feito de Zerodur, uma fórmula de vitrocerâmica composta por lítio e aluminossilicato. Só polir este material levou dois anos.

Este é o maior espelho curvado já feito desse tamanho, revestido em prata (que reflete 98% de luz próxima a infravermelho) e não por alumínio. A margem de erro é de menos de 3 nanômetros — 1/3000 da espessura de um fio de cabelo humano. Uma série de acionadores guiados por computador ajudam a posicionar essa peça enorme de vidro e a direcionar a luz para o espelho secundário, um espelho convexo hiperboloide de 1,24m também controlado por computador.

A câmera de infravermelhos do VISTA, por sua vez, é tão grande quanto os espelhos: pesando quase três toneladas, esta é a maior câmera do tipo já feita. Seus 16 sensores de infravermelho se juntam para produzir assombrosos 67 milhões de pixels, em imagens 2048×2048 de comprimentos de onda maiores que da luz visível. Esses sensores foram feitos para serem sensíveis o bastante a ponto de detectar até mesmo anãs-marrons, objetos que mal brilham como estrelas. Toda essa atividade gera muito calor: por isso, o sistema inteiro tem que ser refrigerado a -200°C. A maior janela transparente a infravermelhos do mundo permite um claro campo de vista do espaço sideral.

Os sensores individuais no prato focal estão separados levemente um do outro, para assim cobrirem áreas maiores do céu noturno. O problema é que isto gera imagens cortadas, como a do lado. Para resolver isso, o VISTA tira uma série de seis imagens em cada sessão de busca.

O Vista foi construído exclusivamente para documentar o céu do hemisfério sul. Ele fará isso através de seis buscas massivas durante os próximos cinco anos, que vão gerar entre 200 e 300 GB por noite. Espera-se que esses dados deem a pesquisadores um novo olhar a muitos itens do universo que são pouco luminosos para serem observados, como anãs marrons, estrelas distantes obscurecidas por gás ou nuvens de poeira, e até mesmo a natureza da matéria escura e da energia. O ESO espera também gerar um mapa 3D do Universo observável (ou dos 5% mais interessantes, pelo menos). [ESO – VISTA – Wikipédia 12 – Imagem: ESO]

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