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Camisinha financiada por Bill Gates é autolubrificada e aguenta até mil penetrações

Desde 2013, Bill e Melinda Gates financiam projetos para a criação de novas soluções para preservativos e outros desafios de saúde no mundo. Um desses projetos está saindo do papel agora: trata-se de uma camisinha que se autolubrifica e, portanto, é capaz de aguentar até mil penetrações. Para efeito de comparação, uma camisinha tradicional fica […]

Desde 2013, Bill e Melinda Gates financiam projetos para a criação de novas soluções para preservativos e outros desafios de saúde no mundo. Um desses projetos está saindo do papel agora: trata-se de uma camisinha que se autolubrifica e, portanto, é capaz de aguentar até mil penetrações. Para efeito de comparação, uma camisinha tradicional fica muito mais seca após 500 ou 600 penetrações.

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• Cientistas estão fazendo camisinhas com o mesmo material das lentes de contato

O novo preservativo foi desenvolvido por químicos da Universidade de Boston, nos EUA. Em vez de usar gel lubrificante à base de água, eles desenvolveram um material hidrofílico que desliza melhor quando entra em contato com a água ou qualquer outro meio úmido. Com isso, a camisinha fica lubrificada por muito mais tempo.

O professor Mark Grinstaff, da Universidade de Boston, explica que a “camisinha parece um pouco viscosa ao pegá-la pela primeira vez, mas que basta a presença de água ou de fluidos naturais para que ela fique bem lubrificada”.

A maioria das pessoas não precisa de uma camisinha mais lubrificada; diversos estudos apontam que acontecem cerca de 240 penetrações durante o sexo e que o ato dura, em média, 8 minutos (isso não quer dizer que você poderia usar o mesmo preservativo mais de uma vez). De acordo com o estudo publicado pelos químicos na revista Royal Society Open Science, o coito pode ter entre 100 e 500 penetrações, mas, às vezes, pode ser mais longo.

Por que, então, o novo preservativo seria mais atraente? Segundo os pesquisadores, essa é uma camisinha mais prazerosa de se usar. Foi pedido a um grupo de voluntários que avaliasse o material, e a maioria dos 33 homens e mulheres deu notas maiores para a novidade.

A expectativa é que, com preservativos mais atrativos, mais pessoas passarão a usá-los, prevenindo doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e gravidezes indesejadas.

A tecnologia utilizada pelos químicos não é nova. Materiais similares são utilizados para tornar procedimentos médicos como a inserção de cateteres menos dolorosa, por exemplo.

Em 2014, a Bill and Melinda Gates Foundation fez uma doação para uma equipe de pesquisadores australianos que quer desenvolver uma camisinha de hidrogéis, o mesmo material usado em lentes de contato. Esse tipo de preservativo recentemente recebeu financiamento do governo local e ainda está sendo testado.

Os pesquisadores da camisinha autolubrificada ainda precisam fazer mais testes para avaliar como os novos preservativos vão se sair em situações reais quando comparado com camisinhas já disponíveis no mercado. Testes clínicos com casais vão começar no ano que vem, e uma empresa da própria universidade planeja desenvolver o produto para o mercado.

[BBC via Gizmodo Espanha]

Imagem do topo: Pixabay

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