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Campanha de Trump quer que apoiadores assinem uma petição esquisita para banir o TikTok dos EUA

Campanha para a reeleição de Trump tem feito anúncios para apoiadores assinarem uma "petição" que, na verdade, é uma pesquisa para banir o TikTok dos EUA.

Pessoa usa o TikTok para filmar outra que está dançando. Crédito: AFP (Getty Images)

AFP via Getty Images

Como sabemos, o presidente dos EUA, Donald Trump, não deixa as pessoas esquecerem de pessoas ou coisas que ele acredita que o “prejudicaram”. Portanto, não é de surpreender que a campanha de Trump tenha lançado uma campanha de publicidade online pedindo aos seus apoiadores que assinem uma “petição” para proibir o TikTok semanas depois de aparentemente serem trollados por adolescentes na plataforma e fãs de K-Pop.

Segundo a Bloomberg, a campanha de Trump está exibindo os anúncios, que começaram a aparecer nos feeds dos usuários na última sexta-feira (17), no Facebook e no Instagram.

Algumas capturas de tela obtidas pelo Business Insider mostram que o TikTok está espionando usuários, o que é uma alegação sem fundamento. Eles se referem especificamente ao acesso do TikTok ao conteúdo da área de transferência do usuário em dispositivos iOS, que a empresa prometeu parar de fazer no final de junho.

“O TikTok foi pego em flagrante monitorando o que está na área de transferência do seu telefone. Assine a petição agora para banir o TikTok”, dizem alguns dos anúncios da campanha de Trump.

Para ser justo, muitas outras empresas, incluindo LinkedIn e Reddit, também foram flagrados bisbilhotando as áreas de transferências dos usuários no iOS. O TikTok negou que esse recurso tinha como objetivo ser invasivo, dizendo que ele foi projetado para identificar “comportamentos repetitivos e spam”.

Embora a campanha de Trump direcione os usuários a assinarem uma “petição”, a Bloomberg e a repórter do New York Times Taylor Lorenz descobriram que na verdade o link é para uma pesquisa. O levantamento solicita aos usuários seu nome, sobrenome, código postal, e-mail e número de telefone. Lorenz diz que essas informações são coletadas para adicionar o usuário a uma lista de e-mails da campanha de Trump.

De acordo com Bloomberg, os anúncios foram pagos pelo comitê Trump Make America Great Again e visam principalmente usuários entre 18 e 54 anos de idade. A partir de sábado (18), a maior porcentagem de visualizações vinha de usuários de estados chave para as eleições de 2020, incluindo Texas e Flórida.

É claro que a conversa sobre a proibição do TikTok não pode ser singularmente atribuída ao enorme embaraço de Trump em junho, quando ele se gabava de esperar quase um milhão de pessoas em sua primeira manifestação em meses. No entanto, esse plano foi aparentemente frustrado por adolescentes do TikTok e fãs de K-Pop, que receberam o crédito por registrar centenas de milhares de ingressos gratuitos e depois não apareceram, deixando Trump com uma arena muito vazia.

O governo dos EUA suspeita da rede social chinesa há anos, com medo de que ela possa ser pressionada a fornecer dados de usuários ao governo chinês. Esta alegação permanece não comprovada. No início de julho, o secretário de Estado Mike Pompeo disse que o governo Trump estava considerando proibir o TikTok, bem como outros apps pertencentes a empresas chinesas.

Não seria o primeiro país a fazê-lo. Em junho, a Índia proibiu o TikTok e outros 58 outros apps baseados na China, chamando-os de “prejudiciais à soberania e à integridade” da Índia. No lado corporativo, nos EUA, o banco Wells Fargo recentemente proibiu os funcionários de baixarem o TikTok nos dispositivos de suas empresas e instruiu aqueles que o instalaram a excluí-lo imediatamente, citando “preocupações com os controles e práticas de privacidade e segurança do TikTok”, entre outros.

O TikTok, que tem um CEO americano, negou as alegações que fornecem dados de usuários ao governo chinês e disse que nunca faria isso.

“Não temos maior prioridade que promover uma experiência de aplicativo segura para nossos usuários”, disse a empresa em julho. “Nós nunca fornecemos dados do usuário ao governo chinês, nem o faríamos, se solicitado”.

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