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Gênio dos carros autônomos é acusado formalmente de roubar segredos de tecnologia do Google

Ex engenheiro do Google Anthony Levadowski é acusado de roubar dados de carros autônomos da companhia e usados em tecnologia da Uber.

Ex-CEO e cofundador da Uber, Travis Kallanick, junto de Anthony Lewandoski

Ex-CEO e cofundador da Uber, Travis Kallanick (esq.), junto de Anthony Lewandoski (dir). Crédito: Tony Avelar/AP

Um dos garotos prodígios da divisão de veículos da autônomos da Waymo (a seção responsável pelos carros autônomos do Google), Anthony Levandowski foi acusado de roubo e tentativa de roubo de segredos comerciais, segundo o New York Times, trazendo de volta o caso de espionagem corporativa de alto perfil ao noticiário. A empresa fundada por Levandowski foi posteriormente comprada pela Uber,

Levandowski, que supostamente roubou 14 mil arquivos do Google, seu antigo empregador, e os baixou em seu computador pessoal, deixou a companhia para formar uma empresa de caminhões chamada Otto, que foi comprada pela Uber em 2016. Como resultado da aquisição, Levandowski ficou encarregado das operações de direção autônoma do app de caronas.

A suposta passagem de segredos comerciais do Google — especificamente da sua própria divisão de veículos autônomos Waymo — para a Uber levou a um confronto legal no ano passado. Ele terminou com um acordo resolvido quatro dias após o processo. Na época, Levandowski foi demitido pela Uber.

A Alphabet, organização que “comanda” o Google, ficou com 0,34% das ações da Uber — o que, na época, equivalia a cerca de US$ 245 milhões — e concordou em tirar as acusações de roubo de segredo comercial que ainda pesavam sobre o app de transportes.

Embora o acordo tenha acabado o drama entre as duas empresas, o processo contra Levandowski ainda estava longe de acabar. Como resultado das acusações desta terça-feira (27), Levadowski pode pegar até 10 anos de prisão. Cada acusação de roubo ou tentativa de roubo também acarreta uma multa de até US$ 250 mil cada — o que significa que o ex-executivo da Uber poderia ser obrigado a pagar US$ 8,5 milhões, além de uma restituição adicional.

Levandowski, que foi condenado a parar de trabalhar com a tecnologia LIDAR — um dos elementos fundacionais de carros autônomos — devido a uma liminar emitida por um juiz em 2017, era até hoje CEO da empresa de tecnologia de condução segura Pronto AI.

Após as acusações, a empresa o demitiu, afirmando que: “As acusações criminais movidas contra Anthony se relacionam exclusivamente com Lidar e não envolvem a tecnologia inovadora da Pronto AI. É claro que apoiamos totalmente Anthony e sua família durante todo esse período.”

Questionada pelo Gizmodo, a Uber disse que “temos cooperado com o governo durante toda a investigação e continuaremos a fazê-lo”. Em um comunicado, um porta-voz da Waymo, do Google, disse que “nós sempre acreditamos que a competição deve ser estimulada pela inovação, e agradecemos o trabalho da Procuradoria dos EUA e do FBI neste caso”.

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