CBD não é apenas uma moda passageira e inofensiva à saúde, adverte agência dos EUA

A FDA alertou o público que muitos produtos fabricados com CBD no mercado não são testados nem regulamentados, e têm o potencial de prejudicar os usuários. 
Getty Images

A Food and Drug Administration (FDA) ainda não está dando muita folga para o canabidiol, ou CBD. Nesta semana, a agência atualizou seu posicionamento sobre o ingrediente derivado da cannabis, alertando o público que a maioria dos produtos fabricados com CBD no mercado não são testados, não são regulamentados e têm o “potencial de prejudicar” os usuários. Também foram emitidas mais de uma dúzia de cartas de advertência para as empresas que alegam estar vendendo ilegalmente produtos com CBD.

A advertência da FDA ao CBD ocorre no meio de um debate científico sobre seus benefícios à saúde. Embora estudos em animais e em laboratório tenham sugerido que o CBD poderia ajudar em tudo, desde o tratamento do diabetes tipo 2 até a morte de células cancerígenas, a evidência em humanos é muito mais instável ou inexistente. E a própria agência tem encontrado dificuldades em como regular seu uso.

Em junho de 2018, a FDA aprovou o primeiro medicamento baseado em CBD, chamado Epidiolex, para pessoas com certos tipos de convulsões. Mais tarde naquele ano, o governo dos EUA legalizou o cultivo e a venda de cannabis que contêm CBD, mas pouco ou nenhum THC, o ingrediente que faz da cannabis uma droga que altera a mente.

Mas a FDA anunciou logo depois que a nova lei não legalizava o uso de CBD em produtos de consumo, principalmente em alimentos ou suplementos. Desde então, a agência vem trabalhando em novas regulamentações destinadas a esclarecer quando e como o CBD pode ser vendido ao público sem receita. Durante esse mesmo tempo, ela foi atrás dos traficantes mais conhecidos do hype do CBD, que muitas vezes afirmam explicitamente que seus produtos podem tratar problemas médicos.

O novo lote de cartas de advertência do FDA – 15 no total – segue a tendência dessas decisões anteriores. Eles acusam as empresas nomeadas de “comercializar produtos de CBD para tratar doenças ou para outros usos terapêuticos para seres humanos e/ou animais”, além de “comercializar produtos de CBD como suplementos alimentares e adicionar CBD a alimentos humanos e animais”.

Mas a mensagem atualizada da agência para o público vai ainda mais longe, dizendo às pessoas para ficarem longe do CBD, pelo menos por enquanto.

“A FDA reconhece o interesse público significativo em cannabis e compostos derivados de cannabis, particularmente o CBD. No entanto, existem muitas perguntas não respondidas sobre a ciência, segurança e qualidade dos produtos que contêm CBD”, disse a agência em seu comunicado divulgado na segunda-feira (25).

Como evidência, a FDA cita seus próprios testes, mostrando que muitos produtos de consumo muitas vezes não têm a quantidade de CBD que eles alegam conter (outros estudosincluindo um divulgado na semana passada, encontraram resultados semelhantes).

Segundo a agência, também foram recebidos relatórios de CBD contaminados com metais tóxicos, pesticidas e THC. Alguns estudos ainda sugeriram que isso poderia afetar a fertilidade dos homens, causar lesão hepática ou interferir com outros medicamentos existentes se tomado em doses suficientemente altas ou crônicas. E sempre há o risco de você acabar pagando demais pelas roupas de ginástica.

“A FDA está preocupada com o fato de as pessoas acreditarem erroneamente que experimentar o CBD ‘não faz mal'”, disse a agência.

Qualquer pessoa que esteja pensando em experimentar o CBD, acrescentou o comunicado, deve primeiro conversar com um médico pelo menos.

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