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CEO da Disney diz que pode existir mudanças na distribuição de filmes no pós-pandemia

Entre lidar com a pandemia e esperar pelo seu lugar na fila da vacina, os serviços de streaming tem oferecido ótimos escapes em forma de conteúdo.

Chapek na cerimônia de inauguração de Star Wars: Galaxy's Edge em 2019. Foto: Gerardo Mora/Getty

Com a melhora na distribuição de vacinas contra a Covid-19 nos EUA e o fato de que muitos aspectos cotidianos, como o lançamento de filmes, realmente desaceleraram durante a pandemia (que ainda está aí), existem algumas pessoas que já começaram a pensar que as coisas poderiam voltar ao “normal”. Contudo, vale lembrar que já se passou cerca de um ano desde que a pandemia atingiu a América do Norte, nada sobre toda esta situação é normal e muitos ajustes ainda estão sendo feitos.

Diferentes estúdios adotaram estratégias diferentes para estrear seus filmes durante este período de isolamento social, seja nos cinemas, on demand, em serviços de streaming ou uma mistura de todos eles. O que ficou claro no ano passado é que existe um interesse significativo por parte dos consumidores em poder assistir a novos filmes no conforto de suas casas. Com isto em mente, o CEO da Disney, Bob Chapek, teve algumas ideias sobre o assunto que podem irritar algumas pessoas, especialmente os proprietários de cinemas.

Ao falar sobre uma forma muito diferente da realidade em uma conferência virtual com investidores (conforme relatado pelo Deadline), Chapek mencionou que os consumidores estão impacientes por lançamentos porque tiveram o “luxo de passarem o ano todo vendo filmes em casa.” Só para lembrar: esse “luxo” veio como resultado da pandemia. Nos Estados Unidos, mais de 500.000 pessoas perderam suas vidas para o vírus, outras milhões foram infectadas, e o acesso à vacina ainda é gravemente insuficiente em todas as regiões. O ano de 2021 continuará a ser difícil para muitos, já que a luta contra o coronavírus, e todas as formas que a sociedade teve de se ajustar a fim de retardar a propagação do vírus, estão longe de acabar.

Chapek ponderou que, daqui para frente, ele não tem certeza de como os estúdios poderiam, depois da pandemia, voltar aos seus velhos hábitos de lançamento, considerando que os clientes pagantes podem ver filmes “praticamente quando querem”. Ele ainda acrescentou: “Então, não tenho certeza se há como voltar. Mas, certamente, não queremos fazer nada que acabe com a exibição em salas de cinemas.”

A confiabilidade entre empresa e cliente foi um dos fatores que contribuíram para que estúdios de cinema como Disney e Warner Bros. conseguissem se ajustar ao fato de que as pessoas simplesmente não podem ir ao cinema durante uma pandemia. Os seus serviços de streaming por assinatura, como Disney+ e HBO Max, são ótimas opções, nos quais o público pôde assistir a filmes inicialmente destinados aos cinemas. Embora a rota direta para o streaming tenha sido um benefício evidente para os cinéfilos que não queriam ir aos cinemas durante este período, (no começo, parecia que a pandemia não ia durar tanto) a mudança representou uma desvantagem óbvia para os proprietários de cinemas, cuja renda dependia do público.

Mesmo quando, eventualmente, for seguro para as pessoas considerarem ir aos cinemas novamente, é provável que alguns de nossos hábitos de consumo de mídia, que se desenvolveram durante a pandemia, venham a persistir. Algo que vai ser muito interessante de acompanhar será o novo acordo a que os estúdios chegarão a partir deste novo cronograma para lançamentos no cinema, uma vez que menos tempo em cartaz pode se tornar um opção.

Por sua vez, o filme mais recente da Disney, Raya e o Último Dragão, está sendo lançado simultaneamente nos cinemas e no Disney+ Premier Access por um custo adicional de US$ 30 (R$ 69,90 aqui no Brasil) para os assinantes que podem desfrutar deste verdadeiro “luxo”, como disse Chapek.

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