Na contramão de outras redes, CEO do Twitter defende permanência de dono de site de notícias falsas

Alex Jones e seu império de teorias conspiratórias InfoWars foram oficialmente expulsos de Apple, Facebook e YouTube. Porém, o Twitter é uma das grandes empresas de redes sociais que se recusaram a excluir Alex Jones. E o CEO do Twitter, Jack Dorsey, defendeu sua decisão de permitir Jones na plataforma em uma série de tuítes […]

Alex Jones e seu império de teorias conspiratórias InfoWars foram oficialmente expulsos de Apple, Facebook e YouTube. Porém, o Twitter é uma das grandes empresas de redes sociais que se recusaram a excluir Alex Jones. E o CEO do Twitter, Jack Dorsey, defendeu sua decisão de permitir Jones na plataforma em uma série de tuítes na noite de terça-feira (7).

“Não suspendemos Alex Jones ou o Infowars ontem (6). Sabemos que é difícil para muitos, mas a razão é simples: ele não violou nossas regras. Vamos aplicar as regras se ele as infringir. E vamos continuar a promover um ambiente de conversa saudável, garantindo que os tuítes não sejam amplificados”, disse Dorsey na primeira série de tuítes.

Como muitos usuários apontaram, não é como se os termos de serviço do Twitter tivessem sido ordenados por Deus. Jack Dorsey e outras pessoas que comandam o Twitter criam as regras. E ficou cada vez mais claro que essas regras não necessariamente “promovem um ambiente de conversa saudável”, pelo menos não tanto quanto permite que fascistas e teóricos da conspiração prosperem.

“A verdade é que temos sido terríveis em explicar nossas decisões no passado”, continuou Dorsey. “Estamos consertando isso. Vamos tratar Jones com o mesmo padrão que tratamos todas as contas, não realizando ações pontuais para nos fazer sentir bem a curto prazo e adicionando combustível a novas teorias da conspiração.”

Essa lógica, de que banir Alex Jones e sua turma “alimentaria novas teorias conspiratórias”, é bastante ridícula. O Twitter já é um viveiro de supremacistas brancos que acreditam que foram banidos sem saber. O banimento completo de neonazistas e teóricos da conspiração não faria com que essas pessoas se sentissem mais ou menos oprimidas. Elas já acreditam que estão sendo oprimidas e estão colocando os X vermelhos em suas contas do Twitter como um símbolo de que foram banidos.

“Se sucumbirmos e simplesmente reagirmos à pressão externa, em vez de agirmos pelos princípios diretos que reforçamos (e evoluímos) imparcialmente independentemente de pontos de vista políticos, nos tornamos um serviço que é construído por nossas visões pessoais, que podem oscilar para qualquer direção. Não somos assim”, prosseguiu Dorsey.

Mas foi a última declaração de Dorsey que realmente se superou.

“Contas como a de Jones podem muitas vezes sensacionalizar questões e espalhar rumores sem substância, então é essencial que jornalistas documentem, valiem e refutem tais informações diretamente, para que as pessoas possam formar suas próprias opiniões. Isso é o que serve melhor o interesse da discussão pública”, tuitou Dorsey.

Alex Jones espalha mentiras comprováveis no Twitter. Ele está até sendo processado por seis famílias que perderam seus filhos durante o massacre de Sandy Hook, que matou seis adultos e 20 crianças. Portanto, alegar que seus discursos comprovadamente falsos estão, de alguma maneira, servindo o interesse da discussão pública é absurdo.

(“Eis o vídeo de 2014 em que Alex Jones diretamente chama o massacre de Sandy Hook de uma farsa ‘com atores'”)

Entretanto, a escritora Caroline Moss levou a sério as palavras de Dorsey e tuitou para ele sobre o massacre de Sandy Hook. Moss foi imediatamente recebida com tuítes sobre o massacre ser uma farsa, algo pelo qual Jones é conhecido por ter alegado.

“Você estava lá? Viu os corpos? Tem provas que apoiem suas alegações? Ou só está acreditando na palavra da mídia mainstream?”, disse um idiota em resposta a Moss.

Valeu por nos ajudar a manter a conversa acontecendo, Jack. Você construiu uma ótima plataforma, repleta de gente fantástica.

Imagem: Getty

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