China censura filme “Clube da Luta” e altera final; veja mudanças

No final chinês, nada de bombas e explosões de prédios: Tyler Durden - um produto da imaginação do Narrador - é enviado para um "manicômio" para tratamento psicológico. Entenda
Clube da Luta
Clube da Luta (Foto: Regency Enterprises/20th Century Fox/Reprodução)

Estrelado por Brad Pitt e Edward Norton, “Clube da Luta” (1999) é considerado um clássico do cinema — principalmente por suas atuações marcantes e por suas diversas cenas icônicas. Mas nem todos os espectadores assistiram à íntegra dessas cenas. Bem, pelo menos os espectadores chineses.

Por conta da censura rígida chinesa, poucos filmes estrangeiros estreiam por ano — e, em vários casos, com importantes cortes. “Clube da Luta” foi um deles, e chegou à China com um final alternativo. 

Recém-lançado na plataforma de streaming Tencent Vídeo, o filme levou fãs chineses a notarem que as cenas finais sofreram algumas mudanças. Não são alterações singelas: na verdade, elas distorcem drasticamente a mensagem anticapitalista e anarquista da produção. A notícia foi dada primeiro pela Vice.

A versão disponível no Tencent Video, aliás, dura 127 minutos, 12 minutos a menos que a obra original. 

No final original, o personagem de Norton, o Narrador, mata seu alter ego imaginário Tyler Durden (Brad Pitt). Na cena final, ainda vemos ele de mãos dadas com Marla, seu par romântico — vivida por Helena Bonham Carter –, contemplando a explosão de vários edifícios. A passagem sugere que o plano de seu personagem para acabar com a civilização moderna está em andamento.

Na China, o longa-metragem termina com o assassinato de Durden. O assassinato do personagem de Brad Pitt se mantém, mas a cena da explosão é substituída por uma tela preta com os dizeres: “A polícia rapidamente descobriu todo o plano e prendeu todos os criminosos, evitando com sucesso a explosão da bomba”. E acrescenta que Tyler — um produto da imaginação do Narrador — foi enviado para um “manicômio” para tratamento psicológico e mais tarde recebeu alta.

A alteração na história em que o Estado sai vencedor provocou indignação em alguns espectadores chineses, principalmente naqueles que teriam visto o longa original lançado em 1999. A Tencent não fez nenhum comentário sobre o tema e não está claro se a mudança foi ordenada pelos censores do governo chinês ou decidida pelos produtores originais do filme.

Se você não está na China e quer assistir Clube da Luta com sua conclusão original, o clássico está disponível nos catálogos da Netflix, do Amazon Prime Video e do Telecine.

Rayane Moura

Rayane Moura

Rayane Moura, 26 anos, jornalista que escreve sobre cultura e temas relacionados. Fã da Marvel, já passou pela KondZilla, além de ter textos publicados em vários veículos, como Folha de São Paulo, UOL, Revista AzMina, Ponte Jornalismo, entre outros. Gosta também de falar sobre questões sociais, e dar voz para aqueles que não tem

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