
China começa a montar rede de supercomputadores no espaço
Na última quarta-feira (14), a China lançou 12 satélites que serão parte de uma rede de supercomputadores no espaço para processamento de dados em órbita.
De acordo com o Space News, a startup ADA Space desenvolveu os satélites em parceria com o Laboratório de Zhijiang. No lançamento, um foguete Long March 2D enviou os satélites ao espaço da base de lançamento de Jiuquan, no noroeste da China, marcando o início da rede “Star Compute”.
O “Star Compute” é uma iniciativa da ADA Space que pretende estabelecer uma constelação de satélites com IA chamada “Constelação Tripla de Computação”. Ao contrário dos satélites tradicionais, que transmitem dados brutos e o processamento ocorre em estações na Terra, os satélites do supercomputador da China vão processar os dados no espaço.
China vai usar IA na rede de supercomputadores no espaço
Cada satélite tem um modelo de IA com oito bilhões de parâmetros, resultando em uma capacidade de processamento de dados de 744 TOPS (Tera Operações por Segundo).
Juntos, os 12 primeiros satélites dos supercomputadores da China terão a capacidade de 5 POPS (Peta Operações por Segundo). Ou seja: os satélites estarão transmitindo e processando dados em cinco quadrilhões de operações a cada segundo.
Além disso, a meta da China é expandir a constelação para atingir a capacidade de mil POPS, viabilizando uma rede de comunicação do supercomputador usando tecnologias a laser no espaço.
Com isso, os satélites vão transmitir dados a 100 Gbps (Gigabypets por segundo), com capacidade de armazenamento de 30 terabytes.
Os 12 primeiros satélites contam com equipamentos científicos, como um detector de polarização em raio-x, para captar fenômenos cósmicos que acontecem rapidamente.
De acordo com a ADA Space, os satélites também conseguem reproduzir os dados em um modelo 3D. Esse modelo pode ser usado para resposta a emergência, turismo espacial e videogames.
De acordo com o South China Morning Post, os benefícios de uma rede de supercomputadores no espaço vão além da comunicação lenta. O jornal ressalta que a transmissão de dados dos satélites tradicionais é “menos de 10%” por limitações de largura de banda.