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Em retaliação às medidas contra a Huawei, China cria lista de “entidades não confiáveis” com empresas americanas

O governo chinês anunciou na sexta-feira que criaria uma “lista de entidades não confiáveis” de empresas e indivíduos estrangeiros que ameaçam os interesses das companhias chinesas. A ação parece ser uma retaliação a fato de a Huawei ter sido incluída “Lista de Entidades” do Departamento de Comércio dos EUA. A medida tomada pelo governo americano […]

Gao Feng, porta-voz do Ministério do Comércio da China, no dia 30 de maio de 2019. Captura de tela: YouTube

O governo chinês anunciou na sexta-feira que criaria uma “lista de entidades não confiáveis” de empresas e indivíduos estrangeiros que ameaçam os interesses das companhias chinesas. A ação parece ser uma retaliação a fato de a Huawei ter sido incluída “Lista de Entidades” do Departamento de Comércio dos EUA.

A medida tomada pelo governo americano efetivamente proíbe a venda de produtos da Huawei nos EUA, embora a gigante de tecnologia chinesa não tenha sido mencionada especificamente na ordem executiva do presidente Donald Trump. As severas restrições à Huawei nos últimos meses fizeram com que empresas americanas como Google e Intel cortassem relações com a gigante chinesa de tecnologia.

“Empresas estrangeiras, organizações ou indivíduos que não cumpram as regras do mercado, desviem-se do espírito do contrato ou imponham bloqueios ou interrompam o abastecimento de empresas chinesas por fins não comerciais, e danifiquem seriamente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas, serão incluídos em uma lista de ‘entidades não confiáveis'”, disse o porta-voz do Ministério do Comércio da China, Gao Feng, ao Global Times.

O anúncio foi celebrado na mídia social chinesa. Por lá, a medida foi descrita como “derrotar o adversário jogando seu próprio jogo”. O Departamento de Justiça dos EUA entrou com uma ação judicial em janeiro acusando a Huawei de fraude e roubo de segredos comerciais. Esse processo está atualmente tramitando entre tribunais. A guerra comercial EUA–China continua a todo vapor.

Os EUA alegam que a Huawei tem laços profundos com o governo chinês e que sua presença nos EUA é uma ameaça à segurança nacional. Pequim parece estar disposta a usar o mesmo argumento contra as empresas americanas que operam na China.

“Algumas entidades estrangeiras violaram as regras normais do mercado e o espírito de seus contratos por causa de objetivos não comerciais, bloqueando e cortando suprimentos e tomando outras ações discriminatórias contra empresas chinesas, prejudicando seus legítimos direitos e interesses e pondo em risco a segurança nacional e os interesses nacionais da China”, Gao acrescentou.

As tarifas de retaliação da China contra produtos dos EUA entrarão em vigor amanhã e terão um impacto de aproximadamente US$ 60 bilhões nas exportações americanas. As ações americanas caíram nas negociações antes da abertura do mercado, mas isso parece ter pouco a ver com a Ásia dessa vez.

O presidente Donald Trump parece estar iniciando uma guerra comercial em várias frentes. Ele anunciou na noite dessa quinta-feira (30) que estaria impondo ao México uma tarifa exclusiva de 5% sobre bens importados do vizinho do sul dos Estados Unidos.

As tarifas de Trump sobre o México são ostensivamente para pressionar o governo mexicano a impedir a imigração ilegal nos EUA, embora a medida possa simplesmente aumentar as tensões e elevar os preços para os consumidores americanos.

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