China lança a primeira missão independente do país em direção a Marte

Missão chinesa, lançada nesta quinta-feira, leva um orbitador, um lander e um rover. Previsão é que chegue ao Planeta Vermelho em fevereiro de 2021.
Um foguete Long-March 5 é lançado do centro de lançamento espacial Wenchang no sul da China. Crédito: Noah Celis/Getty Images
Um foguete Long-March 5 é lançado do centro de lançamento espacial Wenchang no sul da China. Crédito: Noah Celis/Getty Images

A China lançou com sucesso sua primeira missão independente com destino a Marte, apelidada Tianwen-1, do Centro de Lançamento Espacial Wenchang, na província de Hainan, nesta quinta-feira (23). O foguete chinês “Long March-5” está carregando um orbital, um lander e até um veículo espacial que explorará a superfície de Marte em 2021, se tudo ocorrer conforme o planejado.

A China tentou pela primeira vez uma missão a Marte em 2011, quando houve uma tentativa de levar equipamentos em um foguete russo, mas a missão falhou. O lançamento de hoje marca uma nova era para as ambições espaciais da China, tentando três marcos que levou décadas para os EUA alcançarem: orbitar Marte, executar um pouso suave em Marte e controlar um veículo espacial na superfície de Marte.

Apenas dois países conseguiram pousar com sucesso em Marte: a antiga União Soviética em 1971, e os Estados Unidos em 1976. Os EUA concluíram várias missões em Marte desde os anos 1970, incluindo o primeiro veículo espacial em Marte, chamado Sojourner, que pousou em 4 de julho de 1996.

O foguete chinês chegará a Marte em fevereiro de 2021, uma viagem relativamente rápida, porque Terra e Marte estão incrivelmente perto agora. A proximidade dos dois planetas abre uma oportunidade que só acontece uma vez a cada dois anos. Mas isso significa que muitos países agendaram seus lançamentos em direção a Marte, com os Emirados Árabes Unidos lançando sua primeira missão ao Planeta Vermelho no fim de semana passado, e a NASA planejando lançar seu mais recente rover, chamado Perseverance, em algum momento no início de agosto.

A agência de mídia estatal chinesa Xinhua divulgou imagens do lançamento no YouTube.

O rover chinês estará ativo por cerca de 92 dias terrestres (90 dias em Marte), de acordo com o site de notícias Sixth Tone, e as informações do veículo espacial serão transmitidas para a Terra por meio do orbitador, que deverá ficar em serviço por pelo menos um ano marciano (687 dias da Terra).

O jipe da missão chinesa mede 2 metros por 1,6 metro e pesa quase 240 kg. Ele é equipado com uma série de instrumentos, sendo que os mais importantes são detalhados no site Parabolic Arc:

  • radar de penetração no solo capaz de captar imagens a 100 metros abaixo da superfície;
  • câmera multi-espectro;
  • câmera de navegação e topografia;
  • detector de composto de superfície;
  • detector de campo magnético;
  • instrumento de medição meteorológica.

As pessoas do século 20 muitas vezes sonhavam em visitar Marte e havia muitas promessas de que faríamos exatamente isso no século 21. Mas mesmos os cientistas mais ambiciosos, como Wernher von Braun, reconheceram na década de 1950 que poderia levar cem anos até que os humanos pudessem pôr os pés no planeta.

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Empreendedores da tecnologia, como Elon Musk, ainda insistem que poderão levar humanos a Marte até 2024, mas há muitos céticos que duvidam que tal coisa seja viável em um prazo tão curto. Musk disse que gostaria de morrer em Marte — presumivelmente de velhice, é claro. Dada a a recente proximidade de Musk com a China, não está claro se ele consideraria lançar um foguete a partir desse país em vez dos EUA, algo que seria um grande golpe para o prestígio americano no espaço.

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