Os detalhes do chip brasileiro que vai potencializar o Grande Colisor de Hádrons

Um dos quatro grandes experimentos do Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) receberá um chip brasileiro. Isso vai ocorrer após um comitê internacional de revisores aprovar a iniciativa de pesquisadores brasileiros. O Sampa, o chip desenvolvido no Brasil especialmente para o experimento Alice do LHC, recebeu parecer positivo do comitê formado por […]

Um dos quatro grandes experimentos do Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) receberá um chip brasileiro. Isso vai ocorrer após um comitê internacional de revisores aprovar a iniciativa de pesquisadores brasileiros.

O Sampa, o chip desenvolvido no Brasil especialmente para o experimento Alice do LHC, recebeu parecer positivo do comitê formado por especialistas em microeletrônica, segundo informações do Jornal da USP.

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O chip brasileiro competiu com protótipos da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN) e de diversos países, como EUA, França, Noruega, Rússia e Suécia. Ele foi aprovado na revisão de prontidão para produção que ocorreu no final de fevereiro.

Sampa

A produção do Sampa, com exceção da participação de um cientista norueguês, é inteiramente brasileira. Ela durou cinco anos e foi liderada por pesquisadores do Instituto de Física e da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), contou com a participação de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e foi financiado com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Com 0,82 cm² de área e concentrando 32 canais, o chip Sampa se mostrou capaz de atender as necessidades do projeto Alice. Um total de 57 mil unidades do Sampa serão utilizadas em duas câmaras do projeto – 17 mil no Time Project Chamber e 40 mil do Muon Chamber.

Como explica o Jornal da USP:

A maior densidade de canais do Sampa permite-lhe, ocupando menos espaço, cobrir áreas maiores e ser mais veloz do que o sistema atual de dois chips, um para receber sinais analógicos e outro para convertê-los em sinais digitais. O Sampa executa as duas tarefas.

Com o parecer positivo do comitê, o chip deve entrar em produção imediata para equipar o experimento Alice. Ao todo, serão construídas 88 mil unidades do chip, a maioria dos quais será utilizado no experimento, mas o Instituto de Física da USP possui atualmente grupos que estão criando dispositivo que integrarão o chip – detectores de radiação que funcionam com gás, além de projetos para utilizar o chip em radiografias com raio X.

O processo de produção ocorrerá em Taiwan, na China, e será acompanhado do professor Marcelo Gameiro Munhoz, do Instituto de Física da USP.

Alice

O projeto Alice, acrônimo para A Large Ion Collider Experiment (Um Experimento do Grande Colisor de Íons, em tradução livre) é um dos maiores experimentos do mundo sobre a física de matérias em escalas infinitamente pequenas e, utilizando as ferramentas providenciadas pelo LHC, busca respostas para questões fundamentais:

• O que acontece a matéria quando ela é aquecida a cem mil vezes a temperatura do Sol?

• Por que prótons e nêutrons pesam cem vezes mais que os quarks que os compõem?

• Podem os quarks dentro de prótons e neutros ser liberados?

Ele foi montado no CERN e conta com a colaboração internacional de mais de 1.500 físicos, engenheiros e técnicos, incluindo 350 estudantes de graduação de 154 instituições de física de 37 países.

[Jornal da USP, Alice]

Imagens: CERN/Alice

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