
Arqueólogos descobrem cidade perdida egípcia da “deusa cobra”

Arqueólogos encontraram a antiga cidade perdida de Imet, no atual Delta do Nilo, no leste do Egito, incluindo casas de vários andares. A descoberta oferece informações sobre a urbanização arquitetônica da área antes da era romana e a adoração da divindade padroeira da cidade, a deusa cobra Wadjet.
Escavações no sítio arqueológico Tell el-Fara’in revelaram detalhes comerciais, religiosos e cotidianos do início a meados do século 4 a.C., como a presença de “casas-torre”. As fundações tinham grossas paredes a fim de suportar o peso dos altos edifícios, projetados para acomodar muitas pessoas.

Imagem: Reprodução/Universidade de Manchester
De acordo com um comunicado, “essas casas-torre são encontradas principalmente no Delta do Nilo, entre o Período Tardio e a era romana, e são raras em outras partes do Egito“.
“Sua presença aqui demonstra que Imet era uma cidade próspera e densamente construída, com uma infraestrutura urbana complexa”, disse Nicky Nielsen, pesquisador da Universidade de Manchester e líder do estudo.
Imet e outras descobertas do antigo Egito
Os pesquisadores localizaram a cidade utilizando sensoriamento remoto por meio de imagens de satélite de alta resolução. As imagens identificaram tijolos de barro antigos, levando a equipe a escavar o local.
Além das casas, eles encontraram um centro de processamento de grãos, com área pavimentada e cercados para animais. Segundo Nielsen, Imet foi proeminente durante o Novo Império, entre 1550 e 1069 a.C., e sua localização nas rotas comerciais atraía peregrinos e comerciantes.

Imagem: Reprodução/Universidade de Manchester
Além disso, os arqueólogos também descobriram um grande edifício cerimonial de meados do Período Ptolomaico, por volta de 200 a.C. A estrutura estava sobre uma antiga estrada processional que levava ao templo de Wadjet. Pesquisadores acreditam que o novo edifício demonstra que uma queda no culto à deusa naquela época, representando transformações religiosas no antigo Egito.
Entre as descobertas arqueológicas, estava um recipiente de cozinha do século 4 a.C. com os restos de um ensopado de tilápia, em uma antiga lareira. Além disso, tinham artefatos rituais como estatueta funerária de cerâmica verde da 26ª Dinastia; um sistro de bronze com decoração das cabeças de Hator; e uma placa do deus Harpócrates sobre crocodilos e Bes acima dele.

Imagem: Reprodução/Universidade de Manchester