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Cidade perdida no Egito lidera lista de descobertas arqueológicas de 2021, confira

A revista Archaeology selecionou as 10 descobertas arqueológicas mais importantes de 2021. Confira quais são elas e como contribuem para a história

O ano de 2021 foi marcado por diversas descobertas arqueológicas notáveis. A revista especializada Archaeology, do Instituto Arqueológico da América, selecionou as 10 mais importantes. Confira quais foram e como elas contribuem para a história:

Luxor, a cidade de ouro perdida

Descobertas arqueológicas

Imagem: Zahi Hawass/Facebook

Foi pura sorte! O assentamento ficou escondido sob a areia do Egito por milhares de anos, até arqueólogos encontrarem ao acaso. Agora, cerca de um terço do local já foi escavado. 

Os pesquisadores estavam buscando pelo templo mortuário de Tutancâmon na margem oeste do Nilo, em Luxor. Ao invés disso, encontraram uma antiga cidade bem preservada, com ruas, casas e paredes de até três metros de altura. 

A cidade se chamava Aten e foi fundada pelo avô de Tutancâmon, Amenhotep III. Os pesquisadores a apelidaram de “Cidade do Ouro”, levando em conta que o reinado de Amenhotep III marca a Era do Ouro no Antigo Egito.

Os primeiros artistas do mundo

Imagem: Zhang et al., Science Bulletin/Reprodução

Essas marcas de mão e pegadas encontradas próximas de uma fonte termal no Tibete, na Ásia, parecem ser a arte rupestre mais antiga do mundo. De acordo com os pesquisadores, as impressões foram deixadas ali entre 169 e 226 mil anos atrás. 

O mais impressionante são os artistas: as pegadas e marcas de mão parecem remeter a crianças neandertais ou de uma espécie relacionada aos denisovanos. Os pequenos deveriam estar brincando quando criaram sua obra em calcário travertino, formado pela precipitação de água doce. 

Os primeiros coureiros 

Imagem: Jacopo Niccolò Cerasoni/Reprodução

Neste ano, pesquisadores encontraram 12 mil ossos na caverna Contrebandiers, no Marrocos, no norte da África. Mas havia um detalhe especial: alguns dos ossos pareciam ter sido intencionalmente moldados por humanos para ficarem lisos e brilhantes. 

Então, os cientistas perceberam que 62 dos fragmentos ósseos eram, na verdade, ferramentas, que datavam de 90 a 120 mil anos atrás. Entre essas ferramentas, estavam algumas clássicas utilizadas para limpar a pele de animais e obter o couro sem danificar a peça.

Outros ossos de raposas e gatos selvagens encontrados no local traziam marcas que indicavam que o animal havia sido esfolado por causa de sua pele. Juntando as peças, os pesquisadores chegaram ao que pode ser a primeira evidência conhecida de pessoas produzindo roupas.

Os primeiros americanos

Bournemouth University/Divulgação

Contra as pegadas não há argumentos! Por muito tempo, foi consenso entre os pesquisadores que os primeiros humanos haviam chegado às Américas há 16 mil anos. Só que descoberta no Parque Nacional White Sands, no Novo México, muda essa história. 

Arqueólogos encontraram pegadas humanas fossilizadas que parecem ter sido deixadas no local entre 21 e 23 mil anos atrás. Anteriormente, pesquisadores já haviam sugerido que os humanos haviam chegado às Américas mais cedo, mas as evidências se limitavam a ferramentas de pedra, sendo mais difícil provar a veracidade dos fatos. 

A arte animal mais antiga

Imagem: Guillaume Charloux, French National Center for Scientific Research/Reprodução

Arqueólogos declararam 12 imagens de camelos e burros selvagens esculpidos em um penhasco no norte da Arábia, na  como as artes de animais em relevo mais antigas do mundo. Os painéis de Camel Site foram feitos entre 7 e 8 mil anos atrás, datando do período Neolítico.

Pesquisadores acreditam que a arte surgiu de maneira comunitária. Ela foi esculpida com auxílio de ferramentas de pedra e foi preciso algum tipo de andaime para que os artistas alcançassem as partes mais altas da superfície rochosa.

Cientistas acham que pastores e caçadores nômades da época usaram o local para se reunir em datas específicas do ano e trocar informações.

O mapa mais antigo encontrado na Europa

Imagem: Inrap/Divulgação

Este enorme bloco de pedra, que pertence ao Museu de Arqueologia Nacional da França, ficou por anos guardado no fosso do Castelo de Saint-Germain-en-Laye. Foi apenas em 2014 que pesquisadores (re)descobriram e resolveram investigar a peça.

Perceberam então que as marcas na rocha não eram estéticas, mas tinham uma finalidade: formar um mapa. A gravura representa um território dominado por um rei que viveu nos primórdios da Idade do Bronze, e pode ser o mapa mais antigo já encontrado na Europa.

O mapa mostra um trecho de 29 quilômetros distribuído ao longo das margens do rio Odet, em Finistère. De acordo com os pesquisadores, ele apresenta a geografia local com 80% de precisão e parece ter sido usado como expressão de poder político, com o governante exibindo a extensão de seu domínio. 

Marco de fronteira raro 

Imagem: Sovrintendenza Capitolina ai Beni Culturali/Reprodução

Este pedaço de calcário demarcava as fronteiras do recinto sagrado da Roma Antiga, há cerca de 2 mil anos. Assim, ninguém poderia ultrapassar seus limites portando armas ou ser enterrado dentro do território.

Era uma separação entre as atividades religiosas e as vidas cívica e militar. Hoje, cerca de dez destes chamados cippos já foram recuperados. Por isso, foi considerado uma descoberta notável. 

Quando os vikings cruzaram o Atlântico

Imagem: M. Kuitems/Reprodução

 

Evidências arqueológicas recentes revelaram que os vikings chegaram à América do Norte antes de Cristóvão Colombo. Aplicando um novo método de datação em madeira, cientistas revelaram que estes povos cruzaram o Atlântico há 1.000 anos, 471 anos antes da primeira viagem do explorador italiano.

Túmulo em massa dos cruzados

Imagem: Richard Mikulski/Reprodução

A imagem mostra um dos dois enterros em massa da época das cruzadas documentados arqueologicamente. Cerca de 25 soldados foram encontrados nesta vala próxima ao castelo de Saint Louis em Sidon, no Líbano. 

Os homens provavelmente estavam defendendo a cidade de Sidon quando foram mortos durante um ataque em 1253 por um exército do Sultanato Mameluco. A interação parece ter sido bem violenta, já que feridas vistas no pescoço dos mortos sugerem ataques por espadas, machados e outras armas de guerra.

Etiqueta de escravo

Imagem: College of Charleston/Reprodução

Essa etiqueta foi encontrada no campus do College of Charleston, na Carolina do Sul, nos EUA, no que teria sido uma cozinha em meados do século 19. O objeto é um crachá de escravo, e vários destes foram feitos entre os séculos 18 e 19.

Eles traziam números de registro e identificavam a pessoa por seu ofício, como carpinteiro ou empregado doméstico. Geralmente, estes itens são mantidos por colecionadores, e foi isso que mais chamou a atenção dos pesquisadores.

A etiqueta estava em seu contexto original. Os cientistas sugerem que ela tenha sido jogada na lareira pela pessoa escravizada ou então perdida. De toda forma, a evidência pode ajudar pesquisadores a entenderem como funcionava a escravidão na cidade de Charleston.  

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