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A cidade elevada na China que vai combater a poluição

No meio da cidade de Shenzhen, na China, será erguida a Cloud Citizen: um enorme complexo de construções verdes que também terá a segunda torre mais alta do mundo.

É provável que você tenha ouvido falar em Shenzhen pela primeira vez na sua vida há poucos anos. Mas a pequena cidade pesqueira da China cresceu tanto nos últimos tempos que se tornou uma verdadeira megalópole, com 10 milhões de habitantes, uma indústria tecnológica próspera, e um aeroporto maravilhoso. Para cimentar seu status em ascensão na economia mundial, Shenzhen anunciou seu projeto mais ambicioso: uma “super cidade” verde dentro da cidade, com o que será a segunda torre mais alta do mundo.

A cidade de Shenzhen realizou a competição Shenzhen Bay Super City para imaginar um futuro arquitetônico para imóveis na sua orla mais nobre. Duas empresas de design, a Urban Future Organization e a CR-Design, trabalharam com os pesquisadores de design regenerativo da Chalmers Technical University na proposta vencedora, chamada Cloud Citizen (algo como “Cidadão das Nuvens”, em tradução livre), que, por alguns ângulos, parece bastante uma Cidade nas Nuvens.

A localização da super cidade de Shenzhen é incrivelmente estratégica. Em vez de subir no centro da cidade, ela ficará virada para as torres de Hong Kong do outro lado da baía. A área também servirá como uma importante zona econômica cooperativa entre as duas grandes metrópoles, deslocando o distrito empresarial da cidade para essa vasta zona de recursos industriais e financeiros. E é realmente vasto: cerca de 1,5 milhões de quilômetros quadrados de desenvolvimento.

Shenzhen significa negócios, provavelmente por isso a cidade deseja uma estrutura imponente (e inovadora) para comunicar sua importância para todo mundo ao seu redor. A torre mais alta deve chegar a uma altura de 670 metros, o que faria dela a segunda construção mais alta do planeta.

Sem ignorar o impacto ambiental de um projeto tão grande, o desenvolvimento afirma ter diversos recursos ecológicos audaciosos. A construção vai coletar água da chuva e incluir sistemas de geração de energia usando o sol, vento e algas. O prédio em si vai servir como um dispositivo de filtragem de ar para temperar os famosos verões poluídos da região.

A característica mais proeminente da Cloud Citizen é uma série de espaços suspensos que se conectam diagonalmente às outras torres. Esses terraços verdes devem oferecer áreas de recreação e relaxamento, mantendo os moradores e trabalhadores conectados à natureza, mesmo que eles trabalhem muito acima dos espaços verdes na superfície.

Eis uma declaração da proposta vencedora: “O Cloud Citizen é muito mais do que uma estratégia para como construiremos as cidades do futuro capazes de devolver mais ao meio-ambiente do que custa, já que é um complexo de mega edifícios iconográficos singulares com um horizonte marcante e identificável dando caráter e esperança à visão de um futuro mais verde possibilitado pelo empreendimento humano.”

Se parece que a internet está lotada de ideias mirabolantes de megadesenvolvimentos hoje em dia, eu diria que é isso mesmo – vejamos, por exemplo, a cidade que o Catar está construindo para a Copa do Mundo. Mas o mais marcante deste conceito de super cidade é que mesmo que tenha um ar futurista, ele parece fragmentado.

Por alguns ângulos, é difícil dizer se está subindo ou se desintegrando. É como uma Estrela da Morte inacabada, uma ideia desmedida do que restou de um regime decadente, e suas funções mais críticas não são completamente operacionais. Suponho que seja a metáfora perfeita para um lugar como a Super Cidade da Baía de Shenzhen – o verdadeiro poder desse tipo de cidade ainda está para ser visto. [design boom]

Imagens por UFO e CR-design para a competição Shenzhen Bay Super City.

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