_Curiosidades

Cientista descobre como purificar água contaminada usando restos de uísque

O álcool pode não resolver todos os nossos problemas, mas ao menos um ele ajuda a solucionar: uma pesquisadora da Escócia descobriu uma maneira de purificar água contaminada com arsênico usando cascas de cevada que sobraram da produção de uísque. Leigh Cassidy trabalhava no seu doutorado quando olhou para o álcool. Então, na Universidade de […]

O álcool pode não resolver todos os nossos problemas, mas ao menos um ele ajuda a solucionar: uma pesquisadora da Escócia descobriu uma maneira de purificar água contaminada com arsênico usando cascas de cevada que sobraram da produção de uísque.

Leigh Cassidy trabalhava no seu doutorado quando olhou para o álcool. Então, na Universidade de Aberdeen, ela começou a pesquisar formas de limpar lixo industrial. Ela pensou na borra – os resíduos de grãos que sobram após a fermentação de bebidas – e como ela poderia ser comprimida para servir como uma espécie de filtro. “Me disseram ‘não seja estúpida, não vai dar certo'”, explicou Cassidy ao The Guardian.

Mas deu certo.

Cassidy modificou a borra – exatamente como ela não detalhou, já que espera por patentes – e chamou de Dram, sigla para Dispositivo para Remediação e Atenuação de Múltiplos poluentes. Agora ela trabalha com a PurifAid para levar o Dram e água livre de arsênico para Bangladesh.

Contaminação por arsênico em Bangladesh é um caso curioso, porque ela foi causada por organizações internacionais bem-intencionadas. Nos anos 1970, o Banco Mundial e a ONU iniciaram um esforço para fornecer água potável para Bangladesh ao cavar poços. Mas, por mais que essa água fosse livre de bactérias que causam diarreia, ela continha níveis perigosos de arsênico, que ocorre naturalmente no solo em Bangladesh. A Organização Mundial da Saúde chamou a crise do arsênico no país de “maior envenenamento em masse de uma população na história” – resultado, ironicamente, de esforços bem-intencionados.

Hoje, projetos de água potável no país focam em recursos alternativos como coleta de água da chuva e filtragem de água da superfície. Mas cerca de 20 milhões de pessoas ainda bebem a água contaminada com arsênico.

É aí que o filtro de água de Cassidy entra. A borra é abundante na Escócia com todas as suas destilarias, e o mesmo sistema em Bangladesh usará material local, como cascas de coco e de arroz. O Dram deve custar US$ 10 e filtrar 1.000 litros por hora. Se as consequências não intencionais da escavação de poços causaram uma crise de arsênico, parece justo que as consequências não intencionais de beber uísque possam ajudar a resolvê-la. [The Guardian via Sarah Emily Duff]

Imagem via: ladyphoto/Shutterstock

Sair da versão mobile