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Cientistas capturam novas imagens de polvo que vive no local mais profundo já registrado

Cientistas descobriram uma espécie potencialmente nova do adorável polvo "dumbo", em um lugar muito singular. A mais de 6.900 metros de profundidade no Oceano Índico, o polvo recém-descoberto foi encontrado em um local mais profundo do de qualquer outro cefalópode já foi observado.

Polvo dumbo

Crédito: Atlantic Productions for Discovery Channel

Cientistas descobriram uma espécie potencialmente nova do adorável polvo “dumbo”, em um lugar muito singular. A mais de 6.900 metros de profundidade no Oceano Índico, o polvo recém-descoberto foi encontrado em um local mais profundo do que qualquer outro cefalópode já observado.

A descoberta – publicada na revista Marine Biology – sinaliza que ainda há muito a aprender sobre essas criaturas e sobre o mar profundo. É um lembrete de que nem todos os animais das profundezas do mar têm dentes espinhosos e bioluminescência esquisita. Alguns são muito bonitinhos.

O biólogo marinho Alan Jamieson não chegou a ver o polvo quando se lançou nas profundezas do Oceano Índico, em abril de 2019. Sentado em seu submarino, Jamieson passou a maior parte do seu dia explorando o fundo do mar. Lá, ele viu enguias ósseas, alguns camarões, anêmonas do mar e até uma espécie potencialmente nova de caramujo marinho.

Foi só quando ele voltou à superfície e revisou imagens das câmeras que ele percebeu que a tripulação da pesquisa havia capturado imagens dessa criatura das profundezas do mar.

“Primeiro, você tem o pensamento profissional”, disse Jamieson, que conduziu essa pesquisa para o grupo de ciência de águas profundas Armatus Oceanic, ao Gizmodo. “O segundo pensamento é, ‘isso é tão legal’. É uma aventura, é interessante. É bizarro. Você começa a ver todas essas espécies que você somente filmou ou fotografou e, de repente, você está olhando para eles através de uma janela, vivos. É incrível.”

Este foi o segundo polvo “dumbo” que a equipe de cientistas observou durante a viagem. A outra observação aconteceu a 5.760 metros debaixo d’água. Esse gênero de cefalópodes possuem barbatanas acima dos olhos que se parecem com orelhas.

Originalmente, a profundidade máxima que os pesquisadores observavam essa espécie foi a 5.145 metros de profundidade, em uma expedição realizada há 50 anos na costa de Barbados.

Como os pesquisadores testemunharam esses polvos em níveis ainda mais profundos e no Oceano Índico, a aposta de Jamieson é que essa seja uma espécie totalmente nova. Isso não pode ser confirmado, porém, sem a coleta do espécime para análise posterior, o que a equipe não estava equipada para fazer naquele momento.

“Você pode vê-los e trazê-los para a superfície mortos”, disse Jamieson. “Não dá para se deparar com um destes sem que alguém morra [o polvo ou o humano]”.

Outras expedições já registraram polvos deste gênero em outras partes do oceano. Pesquisadores capturaram imagens de alta qualidade dessas coisas fofas, ao fazer uma varredura nas profundezas da Baía de Monterey. Se você quer encher seu coração com fofura, veja como são esses polvos recém-nascidos. Sim, os polvos “dumbo” bebês são ainda melhores que os adultos.

A descoberta de um polvo dumbo nessas profundidades é surpreendente e expande a gama potencial de cefalópodes para 99% do fundo do mar. Mas a fauna marinha como um todo está enfrentando uma crise ecológica. Nem mesmo as profundezas de nossos oceanos estão a salvo dos seres humanos.

Crédito: Atlantic Productions for Discovery Channel

A poluição de plástico está em todos os lugares, incluindo as profundezas dos mares. Jamieson imagina que os polvos que eles viram já têm quantidades mensuráveis de poluição em seus corpos – e o mesmo deve acontecer com outras criaturas das profundezas do mar.

É difícil saber o quão resistentes os animais de águas profundas são às pressões que seus ecossistemas estão enfrentando devido às mudanças climáticas também. Pode ser que os polvos “dumbo” mal estejam conseguindo se sustentar neste ambiente, disse Jamieson, e quaisquer mudanças podem ser catastróficas.

No entanto, os cientistas ainda não têm certeza de nada. Ainda estão constantemente aprendendo sobre aquilo que está “escondido” em nossos oceanos. O medo é que a destruição humana chegue até eles antes da descoberta científica.

“Estamos poluindo habitat dos animais que ainda nem sequer encontramos”, disse ele.

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