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Cientistas agora têm uma forma imutável de medir o quilograma

Recentemente, falamos de uma conferência em que os cientistas iriam redefinir o quilograma. Pois bem, o encontro entre especialistas rolou, e agora a medida de um quilo segue um padrão quântico, e não mais um objeto físico sujeito a alterações. A Conferência Geral de Pesos e Medidas dispensou o protótipo internacional de quilograma — um […]

National Institute of Standards and Technology (Wikimedia Commons)

Recentemente, falamos de uma conferência em que os cientistas iriam redefinir o quilograma. Pois bem, o encontro entre especialistas rolou, e agora a medida de um quilo segue um padrão quântico, e não mais um objeto físico sujeito a alterações.

A Conferência Geral de Pesos e Medidas dispensou o protótipo internacional de quilograma — um pedaço de platina e irídio que fica em Paris e que todo mundo concorda que pesa um quilograma. Agora, a medida de quilograma vai ser definida com base no valor fixo da constante de Planck, uma das constantes fundamentais da física usadas em mecânica quântica.

Metros e segundos já foram redefinidos pelo BIPM (Escritório Internacional de Pesos e Medidas, na sigla em inglês) de forma a se alinharem com a velocidade da luz e a vibração de um átomo de césio, respectivamente. O quilograma era a última medida a se basear em algo físico.

Na prática, quem quiser determinar a quantidade de massa igual a um quilograma tem de usar um dispositivo chamado de balança de kibble (ou “balança de watt”), que mede a quantidade de força eletromagnética necessária para equilibrar uma massa de teste.

A medida do quilo foi padronizada pelo rei Luis 16, da França, com o objetivo de impedir que comerciantes enganassem os consumidores. O peso equivalia a um litro de água mantido em zero graus celsius. Posteriormente, passaram a usar um pedaço de metal, o “le grand k”, como medida, e vários países concordaram em utilizá-lo como padrão.

O “le grand k” fica armazenado em Paris, e os países podem conseguir cópias do pedaço de metal. O problema de se ter um objeto como padrão é que ele pode sofrer alteração — mesmo protegido, ao ser exposto a determinadas condições climáticas, ele poderia dilatar, por exemplo. Sem contar que ele, eventualmente, é transportado, então pode ser danificado ou simplesmente perdido.

É um pouco triste ver que o pedaço histórico de metal vai ser aposentado em detrimento do valor de uma equação matemática, no caso, a constante de Planck. De modo geral, não vai afetar nosso dia a dia, mas vai ser especialmente importante para quem executa trabalhos que precisem de muita precisão.

Quem sabe essa mudança não faça os Estados Unidos repensarem seu sistema de medidas e deixem as libras e onças de lado.

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