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[COLUNA] Conheça a Via Láctea com o simulador espacial Elite: Dangerous

Elite: Dangerous segue um padrão de jogo muito parecido com o apresentado em Warframe: realização de missões e aquisição de recompensas.

por Thiago Simões

O ano é 3300. Com 1000 Cr na praça, você é um mercenário com uma nave espacial sedento por realizar serviços para enriquecer e aumentar sua estima frente às facções Empire, Federation e Alliance. À sua disposição, 400 bilhões de sistemas estelares, ou seja, toda a Via Láctea, cartografada minuciosamente da forma que ela realmente é. Este é Elite: Dangerous, disponível para PC e Mac e que deve chegar em breve para Xbox One — em que já está em versão preview — e PlayStation 4.

Em entrevista exclusiva para o Gizmodo Brasil, Michael Gapper, relações públicas da Frontier Developments, desenvolvedora do jogo, disse que “se os jogadores quiserem explorar toda a galáxia presente no jogo, vão demorar cerca de 150 mil anos”.

Elite: Dangerous segue um padrão de jogo muito parecido com o apresentado em Warframe: realização de missões e aquisição de recompensas. Você pode escoltar uma frota estelar que leva um bandido perigoso de um planeta a outro, servir de cargueiro, levando produtos entre os sistemas solares, vender itens para consumidores nos planetas, além de participar de uma ação mais perigosa, como vingar um homem rico que foi roubado por piratas estelares. A infinidade de missões faz com que o mundo aberto seja explorado da forma que você bem entender, o que traz diversão para todos os gostos.

Complexidade

Para quem não está acostumado com as coisas do espaço e, principalmente, com simuladores de voo, aqui vai uma ressalva: tenha muita paciência. E você vai precisar usar essa paciência a partir da configuração dos controles. Você pode usar mouse e teclado, controle de console (mesclados ou não com o teclado), ou então um joystick utilizado para voos. São muitos comandos disponíveis e, se você quiser aproveitar tudo que tem direito, vai ter que se concentrar um tempo nas configurações. Eu joguei com o Saitek e ele cumpre muito bem o papel. Testei com o controle também e aqui vai um lembrete: demorei um pouco mais para configurá-lo, mas também fica excelente. O lado bom é que o game permite ajustar os comandos com diversas sequências de botões, fazendo com que praticamente todas as opções estejam presentes no joystick, como demonstrado na figura abaixo.

Não pense que a dificuldade acabou, pois ela apenas começou. Prepare-se para passar um bom tempo na área de treinamento, onde você terá diversas opções, desde decolar, testar comandos, atacar inimigos, comandar outras naves ao mesmo tempo e pousar. Aliás, pousar será um grande desafio nas primeiras tentativas.

Intuição

Aqui está a grande sacada do jogo. Você não conseguirá completar as missões contratadas se não utilizar um pouco de sua destreza e intuição. As rotas pré-determinadas não existem. Será necessário pesquisar no mapa para chegar ao seu objetivo e, mesmo chegando nele, prepare-se para procurá-lo minuciosamente dentro do espaço. É preciso entender o que ocorre no local, analisar todos os dados presentes e nunca esquecer que você não passa de um mercenário, ou seja, todo mundo presente no universo tem pouco respeito pelo o que você faz, independentemente de que lado da missão sua nave esteja.

Como outro exemplo, segue um fato que aconteceu comigo durante um das aventuras. Eu estava a caminho de uma estação espacial, mas quando andava na velocidade de cruzeiro, passei muito próximo a um planeta com temperatura extremamente alta. Parte da fuselagem da minha nave não aguentou e diversos comandos ficaram danificados, como o scanner do mapa e até mesmo a câmara de oxigênio. Recebi até uma contagem de 5 minutos para tentar resolver o problema antes de morrer sufocado. Foi então que entrei no sistema da nave e tive a ideia de dar um reboot na máquina. Por um certo momento, a nave ficou vagando pelo espaço, mas consegui recuperar diversos comandos com a ação, inclusive o sistema de oxigênio.

Mapa

Elite: Dangerous possui um dos maiores mapas já vistos no universo dos games. A cartografia compreende uma escala real da Via Láctea, ou seja, 1:1. Se quiser fazer um voo da Terra até Marte, utilizando uma velocidade de um foguete espacial, é bom se preparar para passar vários dias com computador ligado. Por bem, o jogo possui naves que conseguem ultrapassar a velocidade da luz, o que permite modificar este quadro drasticamente. Para isto, você utilizará uma velocidade de cruzeiro, que pode ser acionada dentro dos comandos presentes no título.

“Nós simulamos todos os planetas e luas, a mais sofisticada simulação da história dos videogames. Nós nos baseamos em coisas como a distância entre a estrela e a segunda lei de Newton, a massa do objeto, temperatura, composição, idade da superfície, atmosfera, química, aquecimento de maré, aquecimento radiativo e os impactos de outros organismos durante a formação”, ressalta Michael Gapper.

Elite: Dangerous é um daqueles jogos que passam despercebidos por diversos gamers, ainda mais por sua dificuldade. Mas, se você tiver paciência, pode ter certeza de que esse jogo te renderá muita diversão por muito tempo.

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