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Com sete anos de vida, Twitter tenta se redefinir para o futuro

Há sete anos, era publicado o primeiro tweet: “apenas configurando meu twittr”, dizia Jack Dorsey, o fundador da rede social. Hoje, são mais de 200 milhões de usuários ativos criando, por dia, 400 milhões de mensagens com até 140 caracteres. E Guilherme Ribenboim, diretor-geral da empresa no Brasil, diz em entrevista que a missão do Twitter “é atingir todos […]

Há sete anos, era publicado o primeiro tweet: “apenas configurando meu twittr”, dizia Jack Dorsey, o fundador da rede social. Hoje, são mais de 200 milhões de usuários ativos criando, por dia, 400 milhões de mensagens com até 140 caracteres. E Guilherme Ribenboim, diretor-geral da empresa no Brasil, diz em entrevista que a missão do Twitter “é atingir todos os usuários do planeta”.

O Twitter aproveitou seu aniversário para relembrar em vídeo as conquistas do passado: sua importância durante a Primavera Árabe e o terremoto no Japão, o primeiro tweet do espaço, a adoção do serviço por celebridades, entre outros.

O último ano trouxe boas novidades. Agora você pode baixar seu arquivo de tweets, desde o início. A interface web ficou mais moderna, emprestando alguns elementos do Facebook. E tivemos a estreia do Vine, os vídeos do Twitter que parecem GIFs com áudio.

No entanto, o Twitter está se tornando mais fechado, enquanto tenta se redefinir para o futuro.

Mais fechado

Em 2012, foi bloqueado o acesso de redes como LinkedIn, Instagram e Tumblr aos seus contatos no Twitter. Basicamente, como LinkedIn e Tumblr ganham dinheiro com seus usuários – e o Twitter não ganha nada – o acesso à API foi bloqueado. O Instagram, por sua vez, não tem planos de rentabilização (por enquanto), mas foi comprado pelo rival Facebook.

Nem mesmo o Tweetdeck, comprado pelo Twitter em 2011, saiu ileso: os apps para iPhone, Android e desktop vão parar de funcionar.

E há algo temeroso quanto ao futuro do Twitter, que se chama API 1.1. O Twitter cresceu muito durante estes sete anos graças a sua API pública, que permitiu a criação de inúmeros clientes de terceiros, serviços derivados e apoio maciço de desenvolvedores. Mas, no ano passado, a API mudou. Apps de terceiros agora são concorrentes, e não são mais bem-vindos.

O principal problema nas novas regras é o limite de tokens. Quando um usuário permite que certo app tenha acesso à sua conta no Twitter, este app usa um token. Na API 1.1, há um limite máximo: 100 mil. É o teto para o crescimento de clientes alternativos: caso seu app atinja este limite, ele não pode receber mais usuários.

Isso já aconteceu mais de uma vez nos últimos meses. É o caso do Tweetro, por exemplo: o cliente gratuito para Windows 8 foi removido e voltou em versão paga, para conter o número de tokens usados. Mesmo o cliente Falcon Pro para Android, que já era pago, estourou o limite de 100 mil tokens – o app era pirateado por muitos usuários. E o Twitter não coopera muito, raramente aumentando o limite: eles estão firmes em sua decisão.

O futuro do Twitter: descoberta (e propagandas)

O Twitter quer centralizar a experiência do Twitter, impondo limites a apps de terceiros. Com poucas opções, é grande a chance de você ficar dentro de apps oficiais do Twitter, ou mesmo na versão web. Dessa forma, o Twitter pode deixar de ser uma ferramenta de comunicação para ser uma plataforma de descobertas.

Se você acha que o Twitter não é interessante, provavelmente não segue as pessoas certas. Mas dá trabalho encontrá-las, e manter um perfil bacana, e ser reconhecido pelos outros. Com alternativas mais amigáveis, como Facebook e Tumblr, o Twitter precisa mudar.

Mas como? Com a aba “Descobrir”. Você deve usá-la pouco, mas dê uma olhada nela agora: os tweets por lá agora parecem bem interessantes – às vezes mais do que a sua timeline. Mesmo que você não siga ninguém, a aba Descobrir está lá. Este parece ser o futuro do Twitter, para atrair mais usuários e reter os atuais.

Centralizar a experiência também significa que você não vai fugir dos tweets patrocinados que aparecem na timeline. E o Twitter precisa ganhar dinheiro: eles receberam mais de US$ 1 bilhão em investimentos nos últimos anos, e precisam dar retorno aos acionistas criando um modelo de negócios.

Esse é um dos motivos para o Twitter abrir um escritório no Brasil: para os anunciantes, fica mais fácil negociar propagandas nos trending topics e nas timelines. Segundo Guilherme Ribenboim, executivo que comanda as operações do Twitter por aqui, o objetivo é ampliar o número de parcerias no Brasil. Somos um dos cinco maiores mercados da empresa em usuários ativos.

Enquanto o Twitter fica mais fechado para garantir que seus usuários verão propagandas, surgem alternativas – como o App.net – que são livres de anúncios. É a velha história: se você usa algo de graça, você é o produto. Resta ver se as propagandas serão o bastante para manter o Twitter ativo, e se elas não vão afastar os usuários.


Este aniversário do Twitter é uma boa oportunidade para refletir sobre as mudanças que vieram e que virão. O Twitter conseguirá se redefinir e se manter relevante? [Twitter Blog]

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