
Combinar chocolate e chá combate a pressão alta?
Uma revisão da Universidade de Surrey, em Guildford, na Inglaterra, descobriu que compostos naturais do cacau e chocolate amargo, os flavan-3-óis, podem melhorar a pressão arterial e a saúde vascular. A descoberta foi publicada no European Journal of Preventive Cardiology.
Após analisar 145 ensaios clínicos aleatórios, pesquisadores descobriram que o consumo regular de flavan-3-óis pode, em alguns casos, ter efeito semelhante ao de certos medicamentos para pressão arterial. Eles podem ser mais benéficos ainda para pessoas com pressão alta — a maior causadora de mortes no mundo.
Esses compostos também estão presentes em outros alimentos comuns, como chá verde e preto, maçãs e uvas vermelhas ou roxas. Em uma xícara de chá verde, por exemplo, tem cerca de 100 a 200 mg.
Enquanto isso, o chocolate pode variar de 100 a 600 mg por 10 g conforme o teor do cacau. A partir de 70%, pode fornecer até 600 mg – e o cacau natural em pó é o mais concentrado. Já o chocolate ao leite costuma ter menos de 50 mg por 10 g; e o chocolate branco não contém nenhum mg.
Além disso, os flavan-3-óis também mostraram melhorar a função do endotélio, o revestimento interno dos vasos sanguíneos. Isso mesmo sem a alteração da pressão arterial, sugerindo um amplo impacto no sistema circulatório.
Apesar de não substituir medicamentos ou orientação médica, incluir mais alimentos ricos em flavan-3-ol na dieta pode contribuir para um estilo de vida saudável. As descobertas ainda exigem mais investigação, mas o professor Christian Heiss, principal autor do estudo e professor de Medicina Cardiovascular, as considerou promissoras.
“As descobertas são encorajadoras para quem busca maneiras acessíveis de controlar a pressão arterial e promover a saúde cardíaca por meio de mudanças alimentares prazerosas”, declarou Heiss, da Universidade de Surrey. “Incorporar pequenas quantidades de alimentos comumente consumidos, como chá, maçãs, chocolate amargo ou cacau em pó, a uma dieta diária balanceada pode fornecer quantidades benéficas de flavonóides.”