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Como a remoção do YouTube no iOS pode ser algo bom para o Google, para a Apple e para nós

Após uma relação fria de cinco anos (e na sequência do amplamente público rompimento no Mapas), o YouTube e o iOS pediram divórcio. E sabe o que mais? Essa talvez seja a melhor coisa que poderia acontecer para Apple, Google e a maioria de nós. O YouTube caiu nos braços do iPhone em meados de […]

YouTube diz adeus no iOS 6.

Após uma relação fria de cinco anos (e na sequência do amplamente público rompimento no Mapas), o YouTube e o iOS pediram divórcio. E sabe o que mais? Essa talvez seja a melhor coisa que poderia acontecer para Apple, Google e a maioria de nós.

O YouTube caiu nos braços do iPhone em meados de 2007. Era uma combinação matadora. Acima de tudo, uma que fazia sentido. O dispositivo móvel mais esperado de todos os tempos unindo forças com o site de vídeos líder mundial. Eles foram feitos um para o outro.

Só havia um problema: não era um relacionamento de igual para igual. O app de streaming de vídeo que saiu de mãos dadas com o iPhone original até dizia ser o YouTube na fachada, mas era Apple de ponta a ponta. Tudo o que o Google fez foi codificar seu cache de vídeo no formato H.264, preferido pela Apple, e deixar Cupertino fazer o resto. Desde o início o app do YouTube no seu iPhone, iPad e Apple TV foi projetado e mantido pela Apple.

Projetado de qualquer maneira. O iPhone e o YouTube eram ambos sucessos relativamente recentes que o simples fato de combiná-los foi suficiente para distrair a todos da verdade, de que… bem, ele não era muito bom. E a Apple parecia não se importar muito com a deterioração do app…

Você se lembra, em 2007 o Google e a Apple eram mais colaboradores do que concorrentes. O Android ainda estava restrito a Andy Rubin num cubículo em Mountain View e o YouTube e o Google Maps emprestava credibilidade instantânea às aspirações móveis da Apple. Mas quando ficou claro que o Google tinha as suas intenções no campo da telefonia naquele mesmo ano, com a apresentação da Android Open Handset Alliance, a relação começou a ruir. Quando o Android foi lançado como fora projetado, no Nexus One de 2010, ela ficou gelada.

De repente, YouTube e Mapas não eram mais parceiros. Eles eram intrusos. Eles davam conforto ao concorrente. A Apple deixou ambos definharem, atualizando-os esporadicamente e sem muito brilho. Tanto que um frustrado Google decidiu reformular totalmente o web app do YouTube, em 2010, em vez de confiar na manutenção preguiçosa da Apple.

Precisa de mais provas? Você não podia ver vídeos do YouTube em alta definição via 3G até o iOS 5.

Então, quando a Apple diz que o YouTube não será mais um app nativo, o que ela quer dizer é que aquele casamento sem amor chegou ao fim. Agora ambas as partes podem sair em busca da felicidade. Para a Apple, isso significa não alocar recursos de desenvolvimento para o infiltrado mais poderoso do Google. Para o Google, significa poder criar um app do YouTube que realmente valha a pena. Para nós? Não precisaremos recorrer à web móvel cada vez que quisermos ver o que o Maru está aprontando ou confiar em um app ruim, sem um monte de recursos, com uma busca deplorável e que não pode ser desinstalado. Todos ganham.

O mesmo vale para o Mapas, que agora será uma versão interna da própria Apple (em vez do zumbificado Google Maps) no iOS 6. O Google Maps receberá atualizações de recursos frequentes, o Apple Maps será um concorrente à altura e nós teremos o poder de escolha.

Sim, é algo digno de nota a Apple estar tirando o Google Maps e o YouTube completamente do iOS 6. Mas não da maneira que você talvez esteja pensando. A moral: não insista em um casamento só por causa das crianças. O resultado: um iPhone e um app de YouTube melhor para todos.

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