Como Adobe e Google estão garantindo que o Flash jamais morrerá

Boatos de uma "parceria mais profunda" entre Google e Adobe viraram realidade: o navegador Chrome virá em breve com Flash embutido. Sem instalação separada, sem plugins tradicionais, sem atualizações em separado. Ele simplesmente vai estar lá, assim como, bem, o HTML5. Quanta astúcia!

Boatos de uma "parceria mais profunda" entre Google e Adobe viraram realidade: o navegador Chrome virá em breve com Flash embutido. Sem instalação separada, sem plugins tradicionais, sem atualizações em separado. Ele simplesmente vai estar lá, assim como, bem, o HTML5. Quanta astúcia!

O Google explica desta forma o novo esquema, que já está disponível no canal de desenvolvimento do Chrome e virá para o Chrome estável e Chrome OS em breve:

Quando os usuários baixarem o Chrome, eles também receberão a última versão do Adobe Flash Player. Não haverá necessidade de instalar o Flash Player separadamente.

Os usuários vão receber automaticamente as atualizações relacionadas ao Flash Player usando o mecanismo de auto-atualização do Google Chrome. Isto elimina a necessidade de baixar manualmente atualizações separadas e reduz o risco de segurança de usar versões desatualizadas.

Melhorar o modelo tradicional de plugins nos navegadores tornará possível que plugins sejam tão rápidos, estáveis e seguros como as engines de HTML e JavaScript do navegador. Com o tempo, isto permitirá que HTML, Flash e outros plugins sejam utilizados juntos de forma mais integrada na renderização e scripting.

Qualquer discussão sobre Flash e HTML5 baseia-se no contraste entre os dois, e como o Flash é um plugin ruim, inseguro e inconsistente, enquanto o vídeo por HTML5 usa decodificadores e linguagem nativos ao navegador. Integrar o Flash direto no navegador, pelo menos na perspectiva do usuário, faria alguns argumentos dos anti-Flash parecerem insignificantes, ou pelo menos poderia tirá-los de vista dos usuários médios do navegador. A maioria das pessoas não se opõe quanto à engine de JavaScript estar integrada ao navegador, então daí se tira que as pessoas em geral não fariam oposição a algo que traz os LOLs do YouTube, principalmente se eles nunca tiverem que interagir com o Flash de forma proposital.

Claro, a realidade técnica do que a Adobe e o Google (e outros) estão fazendo aqui é um pouco mais complicada. Diz a Adobe:

Além disso, estamos trabalhando com o Google, a Mozilla e a comunidade em geral em um novo API que proporcione uma forma melhor para que todos os navegadores web e plugins interajam uns com os outros. Apesar de o NPAPI atual ter servido bem à indústria, ele não tem a flexibilidade e potência para suportar o ritmo de inovação que vemos no futuro. Nós esperamos que a nova especificação do API ofereça benefícios nítidos em relação à tecnologia disponível atualmente.

Esta nova plataforma de plugins está sendo criada agora, e deve fazer vários plugins quase que onipresentes desaparecerem nos principais navegadores. Eles seriam independentes da plataforma; eles seriam um pouco mais seguros; eles provavelmente teriam desempenho maior; eles se atualizariam automaticamente. Eles ainda seriam plugins, do ponto de vista de software, mas você nem iria perceber.

Claro, isto não resolve os problemas fundamentais que alguns têm com o modelo de plugins, principalmente os riscos de segurança advindos de software de terceiros. E isto não deve ser grande coisa pra quem tiver um iPad, já que grandes sites já estão correndo para fazer versões com vídeo em HTML5. Mas no que diz respeito à percepção do público, reduzir o debate HTML5 vs. Flash a questões puramente técnicas pode ser ótimo para a Adobe. [Google e Adobe]

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