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Como as TVs 4K funcionam

Imagine telas de 80″ com o quádruplo da qualidade de imagem de uma Full HD, mais conteúdo 3D passivo que você consideraria verdadeiramente “assistível”. Essa é a tecnologia 4K. Ela pode entregar uma experiência de cinema em casa assombrosa — assim que as TVs 4K, como a última da Sony, tiverem um preço mais baixo […]

Imagine telas de 80″ com o quádruplo da qualidade de imagem de uma Full HD, mais conteúdo 3D passivo que você consideraria verdadeiramente “assistível”. Essa é a tecnologia 4K. Ela pode entregar uma experiência de cinema em casa assombrosa — assim que as TVs 4K, como a última da Sony, tiverem um preço mais baixo que o de um carro popular.

Mas o que é exatamente o 4K e por que você deveria se importar? Temos aqui uma pequena história sobre o futuro da televisão.

Do que tanto falam sobre a TV de 4K?

Antes de qualquer coisa, existe a TV de 4K e então a TV de 8K. Elas marcam os extremos do padrão UHD (Ultra-High Definition, ou Ultra Alta Definição), um formato de vídeo digital proposto pelos Laboratórios de Pesquisa em Tecnologia e Ciência da NHK em 2007. Ambos são capazes de rodar vídeos com 24, 25, 50, 60 e até 120 quadros por segundo (você quase consegue ouvir Peter Jackson dando gritinhos de empolgação).

A 2160p, o UHDTV 4K é o dobro da resolução do atual padrão Full HD (1080p). Dessa forma, a 3840×2160, é duas vezes mais largo e duas vezes mais alto — com uma imagem de 8,3 MP que é quatro vezes maior que a imagem de 2,1 MP encontrada na alta definição atual. É interessante notar que o termo “4K” se refere, na realidade, à contagem horizontal de pixels, ainda que o padrão da indústria seja contar os pixels no eixo vertical.

Com 8K, o dobro da resolução do 4K, a tela mostra impressionantes 7680×4320 pixels. Você teria que empilhar as atuais TVs de alta definição em quatro fileiras de quatro (4×4) para chegar à quantidade de pixels de uma 8K. Mais que isso, o 8K traz uma imagem realmente incrível de 33,2 MP — equivalente à qualidade produzida por câmeras profissionais topo de linha como a Nikon D800.

Entretanto, como toda nova tecnologia, o padrão UHDTV, especialmente o 8K, ainda tem alguns desafios a resolver para funcionar. Como o fato de que a infraestrutura de rede atual engasga ao transmitir esse tanto de dados. Ah, e o fato de que as câmeras UHDTV 8K custam um milhão de dólares.

O protótipo de câmera 8K de terceira geração da NHK, por exemplo, é limitado a uma hora de filmagem. É essa a velocidade que os bancos duplos de cartões P2 de 16 x 64 GB preenchem a capacidade de um terabyte. O sensor CMOs de 1,5″ da câmera captura vídeos de 33,2 MP a 120fps — isso é cerca de 4 bilhões de pixels por segundo de dados, movendo-se a uma taxa de 51,2 GB por segundo, transmitidos sincronizadamente em 96 canais. A resolução é tão alta que o foco não é sequer controlado pelo cinegrafista. Os viewfinders atuais não têm uma resolução maior que 1K, então os cinegrafistas não sabem se a filmagem está focada; o trabalho é feito por um operador de mesa remoto.

As câmeras 4K de hoje não são tão caras — embora torrar US$ 25 mil em uma Red One 4K torne “caro” um termo relativo. Sobre a dificuldade em transmitir de fato tanta informação, a Sony recentemente demonstrou que, utilizando o esquema de compressão H.264, é possível transmitir com sucesso vídeo em 4K a uma taxa de 50 Mb/s sem uma perda discernível de qualidade de imagem. Isso abre as portas para que criadores de conteúdo em UHD transmitam seus trabalhos em outro lugar diferente do YouTube.

O que o 4K tem feito por mim ultimamente?

Você provavelmente ainda não viu uma imagem 4K em uma TV para usuários finais — a menos que, claro, tenha US$ 25 mil sobrando para comprar a nova Sony Bravia de 84″. Mas você verá.

A beleza do 4K é que ele coloca muitos dados visuais na tela, é que os pixels podem ser absolutamente minúsculos enquanto ela ainda exibe 10 bits de dados por vez. Pense em uma tela Retina da Apple, mas a uma resolução mais alta, e em uma tela de 80″ — isso é a UHD. Para ser capaz de perceber mesmo os pixels individuais, é preciso encostar o rosto na tela.

Uma contagem de pixels maior também beneficia a TV 3D. O 3D passivo corta a resolução vertical pela metade para criar o efeito 3D — então se você está assistindo a um filme em 1080p (1920×1080) em 3D usando óculos passivos, você está na verdade vendo uma imagem a 1920×540. Ao dobrar a resolução da imagem toda, o 3K efetivamente extrapola as limitações do 1080p, produzindo imagens 3D com qualidade de alta definição. Você terá filmes 3D mais claros e melhor definidos. E pesquisas buscam entender se uma imagem 4K, combinada com taxas de atualização suficientemente altas, é capaz de entregar imagens 3D sem óculos.

Quanto mais empresas pegarem o bonde do 4K (a LG tem uma TV 3D UHD, a Sharp tem a sua Super Hi-vision e a Sony lançou um projetor doméstico de 4K), espera-se que os preços caiam, da mesma forma que aconteceu com as primeiras TVs de alta definição. O futuro parece fantástico. [YouTube – Nikkei – Wikipedia 12 – About – What HiFi – Life Goes Strong – DVX User]

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