Como é o Facebook at Work, versão da rede social voltada para o mundo corporativo

O Facebook também quer controlar a sua vida profissional com o Facebook at Work, a rede social adaptada para o mundo empresarial.

Na jornada sem fim do Facebook para conquistar o mundo, nada é deixado de lado. A rede social já tem sua marca em realidade virtual, plataformas de mensagens, jogos e até alguns apps.

Até recentemente, no entanto, o Facebook mantinha uma distância dos softwares empresariais – programas usados por empresas para monitorar seus negócios e funcionários. (Não oficialmente, claro, já que o Facebook existe desde sempre em abas escondidas no navegador de funcionários do mundo inteiro.) Mas, no começo de 2015, Mark Zuckerberg decidiu entrar no mercado corporativo com um produto chamado Facebook at Work.

É exatamente o que parece ser: uma versão profissional da rede social que os irmãos Winklevoss menos gostam no mundo. Disponível apenas para funcionários de empresas, ela funciona como uma mistura de Gmail, Slack (chat para empresas) e Asana (ajuda a acompanhar tarefas), e permite que empregadores e equipes interajam dentro de uma plataforma que eles conhecem muito bem. Não é o Facebook normal, no entanto, como a empresa gosta de lembrar. A versão para trabalho funciona independentemente da versão normal, então você não precisa se preocupar em falar demais e isso incomodar o seu chefe.

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O Facebook at Work anunciou recentemente que a Telenor, uma gigante norueguesa de telecomunicações com 36.000 funcionários espalhados pelo mundo, vai começar a usar a ferramenta. A notícia despertou várias questões por parte da equipe do Gizmodo, mas não apenas aqui: O que é o Facebook at Work? Ele faz a vida ficar mais fácil? Ou é uma porcaria? Por que isso está acontecendo?

Para responder a algumas dessas questões, eis uma breve explicação de como é esta mais nova ferramenta.

Como ele funciona?

O vídeo acima ajuda a explicar o que é o Facebook at Work. Em resumo, ele é dividido em quatro componentes principais: perfis, feed de notícias, grupos e mensagens.

Um perfil normalmente conta com uma foto e informações relevantes do funcionário, como função e departamento. Grupos abertos são como emails em massa — eles podem disseminar notícias ou atualizações sobre a empresa. Grupos fechados podem ser usados para organização de projetos específicos. Os grupos secretos parecem ser bem divertidos: é impossível buscá-los e só é possível acessar com convite. O cliente de mensagens é bem parecido com o atual app de mensagens do Facebook.

Como no Facebook normal, o feed de notícias pode ser ajustado de acordo com as preferências do usuário, mas ele vai contar em geral com atualizações de grupos, explicou Vanessa Chan, da área de comunicação do Facebook at Work. Chan também nos disse que os usuários poderão usar as novas reações do Facebook com seus colegas de equipe.

Além disso, em vez de se tornar amigo das pessoas, os usuários podem seguir os colegas, então não é preciso esperar para aprovarem pedidos de amizade.

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Ele vai render dinheiro?

A versão atual não conta com anúncios, e Chan diz que no momento o Facebook está concentrado em aumentar sua base de usuários em vez de rentabilizar o serviço. Mas, ela disse, eles vão provavelmente seguir um modelo “freemium”, que permite às empresas pagar por recursos avançados.

Como ele é diferente do Facebook e de outras plataformas como Slack, HipChat e email?

Apesar da natureza competitiva do Facebook at Work – o diretor Julien Codorniou disse à Time que “todo email que você manda para mais de duas pessoas internamente pode ser substituído por alguma coisa no Facebook at Work” – Chan disse que ele não foi desenvolvido para competir com outras plataformas de softwares corporativos. Em vez disso, sua origem “foi na verdade bem orgânica”, e ele nasceu de programas internos que os funcionários do Facebook já usavam.

Ainda assim, não tem como deixar de lembrar que, assim que ele for oficialmente lançado – provavelmente ainda esse ano, de acordo com Chan – ele entrará em uma batalha com empresas como o Slack.

A vantagem, claro, é que a maioria dos funcionários das empresas já têm as habilidades necessárias para usar o Facebook at Work, afinal, elas já estão acostumadas a usar o Facebook há anos.

Mas como nota a New York Magazine, o Slack tem vantagens em relação ao Facebook at Work. “O Slack é um software corporativo feito de forma pessoal, enquanto o Facebook é software pessoal transformado em empresarial,” o que nos traz a uma questão fundamental…

O Facebook at Work vai acabar com a divisão entre vida pessoal e profissional?

Esse tipo de coisa ainda existe? Claro, você pode definir uma resposta automática de “Estou de férias, me deixe em paz!” no seu email. Você pode desabilitar as notificações do Slack. Você pode até se desconectar completamente, se quiser. Mas sabemos que tudo isso é apenas ilusão, e no fim das contas acabamos passando mais tempo do que deveríamos dando atenção para coisas relacionadas ao trabalho.

O Facebook sabe, ao menos tangencialmente, dessa possibilidade. “O equilíbrio entre vida e trabalho é importante para o Facebook, e é algo sobre o que pensamos quando desenvolvemos um produto como esse,” disse Chan.

Eu preciso me importar?

Em sua atual versão beta, o Facebook at Work atualmente está disponível para cerca de 450 empresas. A não ser que você trabalhe para uma delas, provavelmente não precisa se importar com esse projeto de Zuckerberg (por enquanto). No entanto, se, assim como eu, você sabe que estamos próximos do fim da divisão entre vida pessoal e profissional, então sim, você deve se preocupar.

Foto via AP

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