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Por que os scammers dizem que são da Nigéria (e outros detalhes dos golpes virtuais)

Sabia que, mesmo em 2012, ainda há quem acredite naqueles e-mails absurdos que prometem nos tornar milionários da noite para o dia? Muitas pessoas ainda caem nesse engodo, e os golpistas faturam alto com isso. Um pesquisador da Microsoft parece ter descoberto como há pessoas que ainda caem nessa. Há mais de uma década circula […]

Como golpistas de e-mail escolhem suas vítimas a dedo

Sabia que, mesmo em 2012, ainda há quem acredite naqueles e-mails absurdos que prometem nos tornar milionários da noite para o dia? Muitas pessoas ainda caem nesse engodo, e os golpistas faturam alto com isso. Um pesquisador da Microsoft parece ter descoberto como há pessoas que ainda caem nessa.

Há mais de uma década circula este tipo de e-mail: me ajude a levar dinheiro para outro país, e fique com 5% ou 10% do valor. Mas, para começar, você precisa enviar uma pequena quantia em dinheiro. Depois que você manda a grana, o golpista some e não responde seus e-mails.

Este é conhecido como o “golpe nigeriano”, porque geralmente envolvem um “príncipe nigeriano” no e-mail, mas isto tem um nome mais apropriado: fraude do pagamento antecipado. E ela funciona! Em 2010, um golpista nos EUA recebeu pena de 12 anos de prisão depois de obter US$1,3 milhão fingindo ser um príncipe africano.

Mas por que raios esses e-mails são escritos de forma não-convincente? E quem cai nesse golpe?

Cormac Herley, da Microsoft Research, explora o problema (PDF) e sua descoberta é fácil de entender: os scammers não estão interessados em parecerem legítimos. Eles só querem encontrar as vítimas mais ingênuas para maximizar os lucros de seu esforço.

Funciona assim: enviar e-mails é algo barato para os golpistas, mas se alguém responde, dá trabalho em continuar a conversa e iniciar o processo de roubar o dinheiro da vítima. Então eles querem se restringir às pessoas mais… trouxas. Por isso o e-mail tem que ser absurdo. Do estudo de Herley:

[S]e o objetivo é maximizar a resposta à campanha de e-mail, parece que mencionar “Nigéria” (um país que se tornou um sinônimo de golpe online) é contraproducente. Dificilmente alguém poderia escolher um lugar de origem pior se o objetivo é atrair os incautos a conversar por e-mail…

Como ingenuidade é algo não-observável, a melhor estratégia é fazer quem possui essa qualidade se identificar. Um e-mail com histórias de quantidades fabulosas de dinheiro e corrupção na África Ocidental será considerado por todos – exceto os ingênuos – como bizarro. Ele será reconhecido e ignorado por qualquer um que usa a internet tempo o bastante para tê-lo visto diversas vezes. Ele será revelado por qualquer pessoa esperta o bastante para usar um mecanismo de busca e seguir as sugestões de autocompletar [em sites de busca]. Ele será abandonado por qualquer pessoa que consulte família ou amigos, ou que leia qualquer aviso de bancos e agências para transferência de dinheiro.

As pessoas que sobram são o alvo ideal para golpistas. Eles representam um subconjunto minúsculo da população geral.

Tudo isso me faz querer responder alguns desses e-mails, só para irritar os scammers. [Microsoft Research via ComputerWorld]

Foto por AresT/Shutterstock

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