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Como impedir que o Facebook arruine o Instagram

Quer dizer que sua pequena startup favorita foi adquirida por uma gigante da internet. Nós já vimos esse filme antes! Normalmente o resultado não agrada pessoas que não tenham investimentos envolvidos na negociação. Em outras palavras: você. Quando pequenas startups com uma base de usuários apaixonados é absorvido por empresas maiores — caso do Flickr, […]

Quer dizer que sua pequena startup favorita foi adquirida por uma gigante da internet. Nós já vimos esse filme antes! Normalmente o resultado não agrada pessoas que não tenham investimentos envolvidos na negociação. Em outras palavras: você.

Quando pequenas startups com uma base de usuários apaixonados é absorvido por empresas maiores — caso do Flickr, Blogger, Brizzly, Dodgeball e tantas outras — o resultado normalmente é um caos total. Andy Baio, que teve uma de suas empresas, a Upcoming, comprada e destruída pelo Yahoo, provavelmente fala por muitos de nós com o seguinte tuíte:

Claro, ambas as empresas prometem que nada irá mudar. Eles precisam falar isso, e você tem todo direito de ficar cético. Mas há também uma boa chance de que o Facebook não cause um desastre — desde que ele siga algumas regras básicas.

1. Mantenha a equipe

O Instagram é conhecido por ser uma empresa pequena. E essa pequena equipe tem algo importante: visão — e um ótimo produto. E um foco bem afinado em melhorá-lo sem deixá-lo estúpido ou trair seu próprio espírito. Frequentemente quando uma empresa pequena é comprada por uma bem maior, a equipe que fez o produto valer a pena se separa em poucos anos.

O Facebook precisa manter o sangue correndo no Instagram. Deixe que eles mesmos façam as contratações. Não lote o escritório do Instagram com funcionários do Facebook, com uma visão empresarial completamente diferente. Não transforme-a em uma divisão que precisa responder a outras divisões. Se os cofundadores tiverem que começar a “criar interfaces” com equipes do Facebook com a preocupação de fazer o Instagram no estilo do Facebook, eles vão embora uma hora ou outra. Manter os cofundadores Kevin Systrom e Mike Krieger no comando e focados em seu produto deve ser a prioridade máxima do Facebook. O dia que vermos um dos dois “saindo em busca de novos desafios” será o dia em que saberemos que o Instagram morreu.

2. Mantenha o compartilhamento vivo

O Facebook diz que quer manter a integração afinada do Instagram com outras redes sociais, como Twitter e Flickr. São boas palavras, mas vai completamente contra a cultura do Facebook. Claro, você pode importar os feeds de seu Twitter e Flickr para o Facebook, mas você não pode fazer o inverso — e isso acontece basicamente por causa de design.

Zuckerberg é ganancioso quando o assunto é nossa vida digital. Ele quer que seus dados estejam em lugares em que ele possa fornecer publicidade para você. O Facebook é todo baseado na ideia de manter os usuários no site. Mantenha-os naquele esquema azul para jogar joguinhos, ler notícias, ouvir música e assistir a vídeos.

Já o Instagram é todo baseado em exportar. Sua função matadora não é o processamento de fotos; é o compartilhamento. Ele cresceu tanto assim porque seus jardins não têm cercas. Sim, você pode plantar rosas no Instagram, mas você pode exibi-las em qualquer lugar. O Instagram precisa não só manter seu serviço como ele já é, como ele também deve continuar adicionando mais e mais opções. Seria bem encorajador ver uma integração com o Google+, por exemplo, apenas como sinal de boa fé.

Será bem tentador para o Facebook manter o Instagram dentro de sua caixa de joias particular. Isso não pode acontecer. Diferente do Facebook, o que é postado no Instagram é totalmente livre. Com uma enxurrada de novas pessoas postando fotos buscáveis e marcadas de protestos, revoluções, emergências e, bem, algo maior do que apenas fotos hipsters de comidas e animais, o Instagram se tornará uma ferramenta incrível de informação em tempo real. Você o verá sendo utilizado (mais do que atualmente) para documentar o mundo que vivemos e suas mudanças de todas as formas possíveis. Se o Facebook absorver o Instagram, é como se os canais de TV voltassem no tempo e abolissem os programas ao vivo, confiando apenas em soluções de estúdio.

3. Ofereça mais estrutura

Após o Yahoo comprar o Flickr, ele não deu ao seu novo filhote os recursos que ele precisava ter. A mesma coisa aconteceu quando o Google comprou o Dodgeball. O Facebook não pode cometer esse erro. O Instagram já está tendo dores de crescimento. Não é tão incomum assim encontrar erros de carregamento de imagens por causa de servidores sobrecarregados. O Facebook pode curar esses problemas.

Além disso, nas mãos do Facebook, o Instagram pode se tornar ainda mais vital ao ir para mais plataformas. O Windows Phone parece um lugar óbvio para se começar. E um webapp funcional (e oficial) em que eu possa navegar pela rede de meu computador? Sim, por favor.

4. Não o transforme no Facebook

Você quer usar os filtros do Instagram para melhorar as fotos chatas demais de sua tia em sua timeline? Ótimo. Coloque tudo do Instagram dentro do Facebook, fique à vontade. Mas não faça o oposto. Deixe o Instagram do jeito que ele é, o filho prodígio, mas estranho, da família.

O Instagram não precisa de botões de Curtir ou Cutucar ou de outras funções do Facebook. A lista de amigos não deve ser misturada. Eu não devo ser obrigado a conectá-lo ao Facebook. Ele não precisa de nenhum selo do Facebook. Ele não precisa de uma borda azul. Ele não deve me pedir para adicionar meu vizinho, ou meu chefe, ou qualquer outra pessoa que é minha “amiga” no Facebook. E eu não devo nunca, nunca, nunca mesmo, ser obrigado a exportar nada para o Facebook. O produto não pode se transformar em “Instagram, uma empresa do Facebook”. Porque caso isso aconteça, a rede única e a cultura criada ao seu redor sumirão na hora. E o Facebook terá jogado no lixo nada menos do que um bilhão de dólares.

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