Como smartphones estão tentando substituir o seu médico (mas ainda não conseguem)

Na maior parte do tempo, medicina é um jogo de adivinhar. Médicos, ou bruxos, ou xamãs, inspecionam um paciente, receitam uma poção e esperam que resolva. Com algumas exceções notáveis, a medicina moderna não é muito diferente. A coleta de dados – pressão sanguínea, batimentos cardíacos, peso, reflexos – é bastante rudimentar. Estamos conseguindo, mas […]

Na maior parte do tempo, medicina é um jogo de adivinhar. Médicos, ou bruxos, ou xamãs, inspecionam um paciente, receitam uma poção e esperam que resolva. Com algumas exceções notáveis, a medicina moderna não é muito diferente. A coleta de dados – pressão sanguínea, batimentos cardíacos, peso, reflexos – é bastante rudimentar. Estamos conseguindo, mas a tecnologia pode nos levar a muito mais. Até mesmo a tecnologia que cabe no seu bolso.

Nos últimos anos, iPhones e iPads têm sido uma constante em consultórios médicos no mundo inteiro. Por que carregar uma prancheta quando você pode baixar via Wi-Fi os registros e digitar as informações diretamente no prontuário do paciente? Talvez até mais poderosa seja a ideia de que esses dispositivos podem coletar dados o tempo inteiro. Smartphones são ferramentas incrivelmente poderosas para coisas simples como coletar dados para coisas sofisticadas como medir o padrão de sono de um paciente. Existem apps que ajudam a regular sua saúde mental, apps que ajudam a ter controle sobre a quantidade de coisas que você come. Existem apps que podem medir a sua pressão sanguínea e a quantidade de açúcar no sangue. E existem apps que até ajudam você a lidar com o envelhecimento.

Por mais que um app não consiga curar uma doença, alguns dos apps médicos mais novos e experimentais são capazes de fazer algumas coisas extraordinárias. Esta tecnologia pode não apenas ajudá-lo a se sentir melhor; pode prevenir uma doença ao detectar os sintomas quando começarem a se manifestar.

Uma medida de prevenção

O primeiro passo – e o que os smartphones são os melhores para ajudar – é a prevenção, especificamente na forma de condicionamento e nutrição. Você provavelmente tem ao menos um amigo fã da Apple com uma Nike+ FuelBand. Claro, elas são grandes e meio desajeitadas, mas funcionam fantasticamente bem na coleta de dados sobre o seu treino e você pode sincronizar com seu computador de casa ou smartphone.

Existem diversos apps de pressão sanguíneas, mas o kit iHealth (componentes vendidos separadamente) invadiram a cena há alguns anos, introduzindo para o mundo as capacidades médicas do iPhone. Outro app chamado Doctor Mole vai ajudá-lo a monitorar o surgimento e crescimento de pintas. Para o bem-estar geral e sintomatologia, tente o iTriage, um aplicativo desenvolvido por médicos para pacientes.

Velhos problemas, novas ferramentas

Em 2009, quando a Apple anunciou pela primeira vez o suporte a acessórios no iPhone OS, ela propôs um dispositivo médico caseiro capaz de mandar dados para médicos. Desde então nós vimos apps especializados em tudo desde checar seu peso até o nível de açúcar no sangue, e muitas outras coisas. O iBGSTAR usa um acessório de US$ 49 para checar níveis de glicose (e tem nome de algo de astronomia ou hip hop, então é legal). Se você quiser toda a clínica, pode comprar o iHealth faz-tudo por US$ 99. Componentes separados vão fazer tudo desde medir pressão sanguínea até monitorar seu peso. E a lista continua.

Isso é apenas um aviso. Na verdade, novas tecnologias baseadas em smartphone estão começando a mudar como a medicina funciona na América – e em outros lugares. Ver um médico carregando um iPad em vez de uma prancheta não é incomum, nem ver um dermatologista usando uma câmera de smartphones para monitorar potencial câncer de pele. Inúmeros apps foram lançados recentemente por pesquisadores que tentam entender melhor o cérebro humano. É como o estudo psíquico que você fez na faculdade para ter mais dinheiro para cerveja, mas agora você consegue fazer isso no metrô.

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Um dos produtos mais robustos no mercado é chamado Epocrates. Não é apenas um app, mas todo um pacote de recursos especializados – tudo desde imagens de comprimidos a links para laboratórios.

Em relação aos recursos além da tela de um smartphones, os dados coletados por suas entranhas podem ser bastante úteis nas mãos de um médico. O giroscópio do smartphone é sensível ao movimento então pode gravar como você se move, e dispositivos de pulso como o Jawbone Up conseguem monitorar seus movimentos e padrões de sono. Você também pode imaginar como o microfone ou um acessório melhorado pode funcionar até três vezes melhor do que um estetoscópio. Você pode até monitorar seu coração com apps como AliveCor. E é claro, o que é realmente incrível em todas essas ferramentas é que todos os dados coletados podem ser usados por médicos para diagnosticar doenças.

A seguir: pequenos robôs que dizem ao seu smartphone que algo está errado. Dê uma olhada neste chip que é incorporado à sua pele e pode avisá-lo quatro horas antes de você ter um ataque cardíaco. Ou esses microcomprimidos com microchips que enviam sinal da sua barriga para o smartphone. Nanorobôs que podem procurar e destruir células cancerígenas podem não estar muito distantes.

Nada como a coisa real

Mas aí vem a ressalva: você não é um médico. Não importa quantos apps de saúde você tem em seu smartphone, se não tiver estudado medicina, não está apto para fazer diagnósticos de doenças. Existe uma possibilidade de você piorar muito caso tenha alguma ansiedade em relação a morte. Acredite, isso não é bom.

Smartphones não são drogas (pode discordar de mim neste ponto). Um iPhone pode ser bem útil para detectar sintomas e saber quando é hora de visitar um oncologista, mas não é um substituto para quimioterapia. Nem mesmo Androids hackeados conseguem curar o câncer. Mas mesmo médicos admitem que smartphones estão mudando as coisas. E a tecnologia ainda vai melhorar.

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