_História

Como três colegiais capturaram ilegalmente a primeira fotografia em raio-X dos EUA

No dia 12 de janeiro de 1896, três alunos do Davidson College driblaram um monitor e se enfiaram num laboratório, carregando nos bolsos um dedo de cadáver e outros objetos estranhos. O que eles não sabiam é que sairiam de lá tendo feito história. O doutor Henry Louis Smith, professor de física dos alunos, acabara […]

No dia 12 de janeiro de 1896, três alunos do Davidson College driblaram um monitor e se enfiaram num laboratório, carregando nos bolsos um dedo de cadáver e outros objetos estranhos. O que eles não sabiam é que sairiam de lá tendo feito história.

O doutor Henry Louis Smith, professor de física dos alunos, acabara de receber a informação da descoberta dos raios-X pelo físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen. Smith percebeu que seu laboratório tinha o equipamento necessário para reproduzir os experimentos de Roentgen e começou a bolar planos para realizar o feito. Mas três de seus alunos passaram na sua frente.

Há exatos 115 anos, Oben Hardin, Pender Porter e Osmond L. Barringer pegaram vários objetos pequenos – “um dedo de cadáver (retirado do Colégio de Medicina da Carolina do Norte) com dois pinos e usando um anel (pego emprestado da namorada de Barringer); uma lupa com acabamento de borracha; uma caixa com um cartucho calibre .22, um alfinete, dois aneis e seis pílulas de estricnina (usada normalmente na época por estudantes para passar noites em claro durante as provas finais); e um ovo esvaziado com um botão de camiseta colocado na parte interna”, de acordo com a Enciclopédia Davidson – e percorreram o campus. Após dar alguns trocados ao guarda para poder entrar no laboratório, eles ficaram lá por três horas expondo objetos ao raio –X, criando a imagem vista acima. Ela é considera uma das primeiras, se não a primeira, fotografia em raio-X produzida nos EUA.

Os estudantes deixaram seu trabalho extracurricular escondido, por medo de alguma punição. “Nós escondemos a imagem e nossa aventura até percebermos que tínhamos entrado para a história do colégio, e não simplesmente quebrado as regras”, explicou Barringer, alguns anos depois do ocorrido.

O doutor Smith seguiu seu trabalho em raio-X, como planejado, e começou a ajudar doutores do hospital local bem antes da propagação do formato. Mais tarde em 1896, Smith usou sua máquina de raio-X para localizar um espinho preso no joelho de um paciente, tornando a remoção cirúrgica mais fácil – o primeiro uso documentado de raio-X num procedimento médico nos EUA.

O doutor Henry Louis Smith acabou sendo nomeado presidente da Davidson College, e ele é inegavelmente um dos pioneiros nas tecnologias médicas que usamos hoje. Mas o ato de criar a primeiríssima fotografia em raio-X será eternamente de um trio genial e maluco de estudantes. [Davidson Encyclopedia and Davidson Physics]

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