Como uma empresa quer usar icebergs para fornecer água à humanidade
Chamamos a Terra de Planeta Azul porque a superfície do planeta tem muito mais água do que terra. Água que, para seres vivos, como nós, é vital. Mas essa abundância não beneficia tanto a gente — a maior parte da água disponível é salgada, imprópria para o consumo humano. De toda a água disponível na […]
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Chamamos a Terra de Planeta Azul porque a superfície do planeta tem muito mais água do que terra. Água que, para seres vivos, como nós, é vital. Mas essa abundância não beneficia tanto a gente — a maior parte da água disponível é salgada, imprópria para o consumo humano.
De toda a água disponível na Terra, 97,6% se concentra nos oceanos, é água salgada. Dos 2,4% que sobram, 2,1% está congelada nos polos. O que resta, cerca de 0,3%, é o que utilizamos para bebermos, limparmos e fazermos todas as demais atividades dependentes dela. Visto assim parece pouco, e talez seja mesmo a médio ou longo prazo.
Muita gente já se dedica à busca por saídas para amenizar uma provável escassez de água no futuro. Dois desses são Georges Mougin e François Mauviel, pesquisadores à frente da Dassault Systemes, que tem uma ideia… diferente para a questão, mas que pode funcionar: utilizar icebergs para gerar energia e prover água potável à população.
Por ano, de 300 a 500 bilhões de toneladas de icebergs são liberados. A maior parte derrete, mas a ideia, agora, é utilizar uma pequena parte dessa enormidade de gelo flutuante para beneficiar a humanidade.
O processo, já simulado por computadores, com sucesso, diversas vezes, consiste em rebocar icebergs à deriva nas regiões da Groenlândia e sul para a costa dos continentes banhados pelo Atlântico. É mais barato e eficiente o reboque do que realizar o trabalho localmente, onde os icebergs estiverem. Como os navios rebocadores se aproveitam das correntes e dos ventos para facilitar e baratear o transporte, no fim tal solução acaba sendo mais vantajosa por diversos motivos.
A Dassault Systemes pensou em todos os eventuais problemas, de impactos ambientais ao surgimento de obstáculos durante o traslado. Os riscos são mínimos, bem como a interferência dos icebergs nos locais para onde eles serão levados. O aproveitamento de um recurso que se deterioraria naturalmente cedo ou tarde parece uma ideia boa e que, no fim, além de gerar energia, ainda servirá para matar a sede de 35 mil pessoas durante um ano inteiro (valor estimado para 7 milhões de toneladas de gelo).