Computação úmida quer colocar um terabyte numa colher de sopa

Vivemos em um mundo de computação física. Silício e outros materiais sólidos armazenam nossos tweets, textos e selfies. Mas e se as formas tradicionais de informática passassem por uma mudança de fase? Pesquisadores da Universidade de Michigan e da Universidade de Nova Iorque demonstraram que nanopartículas de plásticos depositadas em um líquido podem formar um […]

Vivemos em um mundo de computação física. Silício e outros materiais sólidos armazenam nossos tweets, textos e selfies. Mas e se as formas tradicionais de informática passassem por uma mudança de fase?

Pesquisadores da Universidade de Michigan e da Universidade de Nova Iorque demonstraram que nanopartículas de plásticos depositadas em um líquido podem formar um cluster de um bit — a unidade essencial para o armazenamento de informações. É a chamada “computação úmida”, e a técnica imita outros processos biológicos existentes na natureza, como o DNA em células vivas.

O vídeo acima mostra as partículas em ação — é simplesmente fascinante. Mas é aqui que as coisas começam a ficar interessantes:

Configurações únicas de partículas representam estados diferentes. Um cluster de memória de quatro partículas ligadas a uma esfera central pode ter dois estados, como um bit convencional. Mas um cluster de 12 partículas, por exemplo, pode ter cerca de 8 milhões de estados distintos, representando 2,86 milhões de bytes de dados ou 22,9 milhões de bits convencionais.

O grupo de simulação (…) mostrou que uma colher de sopa de solução contendo clusters de 12 nanopartículas poderia armazenar 1 terabyte de dados (…) o que normalmente daria um HD externo do tamanho de um smartphone.

Um armazenamento em tal escala parece bem pouco realista, para não dizer alucinadamente caro, mas Sharon Glotzer, professor de engenharia química na Universidade de Michigan, diz que eles se asseguraram de usar materiais baratos “que poderiam ser feitos aos baldes” e também poderiam ler e armazenar informações.

Mas isso não quer dizer que você já pode ir guardando suas garrafas de água mineral para usar como disco rígido. A equipe observa que este é apenas um primeiro passo em um longo caminho pela enlameada estrada da computação úmida. Provavelmente, vamos ver esse tipo de armazenamento integrar primeiro robôs, que também dispensam formas rígidas em seu campo. Mas talvez, quem sabe daqui a algum tempo, tenhamos frascos cheios de bits e bytes. [ExtremeTech]

Imagem: Glenn Jenkinson/Shutterstock

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