Um artigo publicado na última semana, pelo Dr. Byungdoo Kim, da King’s College London, na Inglaterra, apontou que as pessoas gastam mais no Natal do que em qualquer outra época do ano — inclusive, até aquelas que defendem um consumismo mais consciente.
De acordo com um estudo de 2020, intitulado “Eu quero ser verde, mas e a árvore de Natal?”, os defensores do meio ambiente podem deixar de lado suas crenças por diversos motivos, como evitar magoar parentes e respeitar as tradições sociais, por exemplo. Isso leva as pessoas a adquirirem presentes, árvores, além de alimentos para as ceias natalinas.
O autor também apontou a Teoria da Comparação Social, de Leon Festinger, como uma razão para isso. Ela sugere que nós determinamos nosso valor social e pessoal com base em como nos comparamos aos outros. Apesar de ter quase 70 anos, a teoria se amplificou na era digital, na qual as redes sociais mostram diversos exemplos do Natal “perfeito”, inclusive em anúncios. Sendo assim, a exposição intensifica sentimentos de insatisfação que encorajam o consumo excessivo.
Além disso, outro gatilho psicológico é o chamado FOMO (sigla para “Medo de Perder”, em inglês), enfatizado pelo marketing. Para isso, os vendedores anunciam ofertas por tempo limitado, instigando compras impulsivas. Isso também pode ser somado à Black Friday, que ocorre pouco antes da temporada de festas de fim de ano.
Como as compras de Natal impactam no meio ambiente?
Kim explica que, logicamente, o aumento do consumo durante o período de Natal gera consequências ambientais significativas. Ele aumenta o desperdício, indo desde embalagens, decorações até a alimentos em excesso – das quais grande parte acaba em aterros sanitários.
Segundo dados da Federação Nacional de Varejo, aproximadamente 15% das compras nos EUA feitas durante a temporada de férias são devolvidas. Vale lembrar que o transporte necessário para enviar os itens gera maiores emissões de carbono.
E, de acordo com a Agência Ambiental do Reino Unido, o lixo doméstico aumenta em até 30% durante o período. Além disso, o uso de sacolas plásticas também dispara da Black Friday até o final do ano, conforme outro estudo.
Portanto, algumas formas de evitar o desperdício nas festividades de fim de ano, segundo Kim, envolvem priorizar produtos ecológicos. Isso inclui investigar fatores como a durabilidade e a fabricação ética. Outras opções são comprar presentes localmente, de segunda mão ou presentear com experiências, como shows, por exemplo.
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Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.
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