Cookiepocalipse: europeus agora precisam aceitar expressamente os cookies dos sites que visitam

Para quem não sabe, cookies são minúsculos arquivos de texto que diversos sites instalam no seu computador, geralmente como uma maneira de salvar as suas preferências. Quando você acessar o mesmo site novamente, ele procura o cookie, onde estão “anotados” dados diversos sobre a sua utilização do site, e deixa tudo ajeitadinho da forma como […]

Para quem não sabe, cookies são minúsculos arquivos de texto que diversos sites instalam no seu computador, geralmente como uma maneira de salvar as suas preferências. Quando você acessar o mesmo site novamente, ele procura o cookie, onde estão “anotados” dados diversos sobre a sua utilização do site, e deixa tudo ajeitadinho da forma como você deixou da última vez.

O Information Commissioner’s Office, um órgão regulatório que atua na União Europeia, determinou neste documento que os cookies podem ser uma ameaça à privacidade dos cidadãos, e desde o dia 26 de Maio de 2011 alterou as regras sobre a sua utilização. Antes, as regras apenas ditavam que os sites deveriam explicar (geralmente naquele texto que você nunca lê quando se cadastra) exatamente o que os seus cookies faziam, e como o usuário poderia fazer para impedir a sua utilização, se assim desejasse. A nova regra dita que os sites agora precisam conseguir a permissão dos usuário antes de salvar qualquer cookie no seu computador ou dispositivo móvel.

“O ICO admite que os cookies desempenham diversas funções legítimas. Também admitimos que ganham o consentimento [do usuário] será, em muitos casos, um desafio. No entanto, é importante lembrar que estas regras oferecem a oportunidade de verificar o quão bem você explica como o seu site funciona para as pessoas que o visitam. Ficar de acordo com as novas regras te permitirão uma confiança de que os seus usuários têm um entendimento melhor e mais claro do que você faz, e como você faz isso.”

O resultado real dessa nova regra, para os usuários, é no mínimo inconveniente: os sites passarão a exibir avisos (muitas vezes na forma de pop-ups, com certeza) e pedidos para que o usuário aceite os cookies assim que ele começar a interagir com o site. Neste momento, o site ainda não “demonstrou valor” para o usuário, que provavelmente vai se chatear com a interrupção e recusar a oferta sem ler a explicação da importância daquilo.

Para os donos dos sites, porém, o termo cookiepocalipse, usado pelo site Chinwag, provavelmente é uma boa descrição. Muitos cookies também são usados como principal forma de observar como os usuários interagem com um site, que ações executam, em que momento etc. Ou seja, são a principal forma de feedback para os administradores, além de serem parte do que permite serviços como o Google Analytics de funcionar.

O expert em web analytics Vicky Brock requisitou, sob a proteção de Liberdade de Informação, os dados do próprio site do ICO para observar como a mudança alterou o feedback de uso do site. O gráfico abaixo explica muito bem o que aconteceu:

A seta indica o momento em que o site passou a pedir permissão dos visitantes para armazenar um cookie do Google Analytics.

A mudança traz uma importante questão: até que ponto nós precisamos saber de tudo? Por um lado, a usual paranoia europeia realmente protege os seus usuários. Mas ao custo explicado acima. Não será um custo muito alto a se pagar? Não basta explicar para que servem os cookies e deixar que cada um que se interessar pela sua remoção faça isso, como era antes? Como você reagiria se estas novas regras afetassem a sua vida, no Brasil, em vez de serem algo lá longe, no Velho Continente? [TechCrunch, Chinwag]

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