O coronavírus chegou até na Antártica

36 pessoas que trabalham na base de pesquisa do General Bernardo O'Higgins Riquelme do Chile na Antártica testaram positivo para COVID-19,
Pinguins perto da estação chilena Bernardo O’Higgins na Antártica. Crédito: Natacha Pisarenko (AP)

O vírus responsável pelo COVID-19, o SARS-CoV-2, já atingiu todos os sete continentes da Terra agora que a Antártica relatou seus primeiros casos.

Trinta e seis pessoas que trabalham na base de pesquisa do General Bernardo O’Higgins Riquelme do Chile na Antártica testaram positivo para COVID-19, de acordo com vários veículos de comunicação em espanhol. A notícia derruba a publicação da Associated Press de setembro, no qual cientistas pesquisadores descreveram o continente congelado como “nossa pequena bolha segura”.

A base O’Higgins, como é conhecida, está localizada perto da ponta mais ao norte da península Antártica (algumas imagens de drones muito legais da base podem ser vistas aqui). Mais de duas dúzias de membros do exército chileno foram infectados pelo vírus, junto com 10 funcionários terceirizados de manutenção, de acordo com a Newsweek.

Por causa da “ação preventiva antecipada”, foi “possível dispensar a equipe, que, após ser submetida a um controle médico e a testes de PCR”, ou testes de reação em cadeia da polimerase (que é muito confiável), foram encontrados resultados positivos para COVID-19, de acordo com um comunicado do exército chileno. Conforme relata a Newsweek, todos os 36 indivíduos foram evacuados para Punta Arenas, no sul do Chile, onde passam bem e estão atualmente em quarentena.

Uma nova tripulação está agora na base O’Higgins. A equipe substituta estava em quarentena e todos os membros testaram negativo para o vírus antes de chegar. Três tripulantes da marinha do Chile testaram positivo para COVID-19 na segunda-feira (21). Os tripulantes do navio, que fornecia apoio logístico para a base, tiveram todos resultados negativos no momento do embarque, segundo a Newsweek.

Nenhum residente permanente vive na Antártica, mas centenas e às vezes milhares de cientistas e equipes de apoio trabalham lá a todo momento. Um surto maior no continente parece algo pequeno, dado o baixo número da população e a natureza isolada das estações de pesquisa da Antártica, mas seria sensato limitar a exposição.

Em declarações à ABC da Austrália, Hanne Nielsen, da Universidade da Tasmânia, descreveu os impactos potenciais do vírus no continente.

Ela disse que ele afetará “o planejamento e a logística da atividade humana no continente até a tomada de decisões de alto nível” nos países de origem. A Antártica fica longe de hospitais e outros serviços de saúde, o que aumenta ainda mais os riscos, disse Nielsen, acrescentando que o vírus pode afetar a vida selvagem local caso os humanos transmitam o vírus para outras espécies.

O turismo é outro fator a ser considerado. Parece que esse serviço turístico da Antártica planeja retomar suas atividades para a temporada de 2021-22, o que é algo preocupante, mesmo com as vacinas circulando. A Antártica terá um apelo especial no dia 4 de dezembro de 2021 devido ao eclipse solar total, já que será o único lugar do planeta de onde esse espetáculo será visível.

Esta não é a primeira vez que o COVID-19 afeta a pesquisa polar. Em março, o vírus interrompeu a expedição científica do MOSAiC, afetando seriamente a missão de um ano.

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